12 dezembro 2009

Ex-cunhada de Marco Peixoto afirma que é "laranja" do deputado

No dia em que o Diário Oficial do Estado publicou a nomeação do deputado estadual Marco Peixoto (PP) para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), uma ex-cunhada do parlamentar veio a público para afirmar que seria uma "laranja" de Peixoto numa empresa de engenharia.
Em entrevista divulgada hoje pelo RBS Notícias, Margot Elidia Peixoto afirmou que teve os bens bloqueados por uma dívida da empreiteira junto ao Banco do Brasil. Diante da denúncia, o Ministério Público de Contas anunciou abertura de investigação.
Pelo registro na junta comercial do estado desde 1990 os donos da empresa "Marco Construções" são o irmão do deputado Paulo Gerson Peixoto, a ex-cunhada Margot, e o pai Dilon Gomes Peixoto, já falecido. Margot, no entanto, disse que ela e o ex-marido apenas emprestaram o nome.
Para garantir o pagamento de uma dívida da empresa junto ao Banco do Brasil, a justiça bloqueou os bens da ex-cunhada, que incluem apartamentos na capital e em Santiago, na região central do Estado, além de terrenos e veículos. Por isso, ela não conseguiu retirar seu nome da construtora.
Em 1994, a empreiteira esteve no centro de uma polêmica. Reportagens da RBS TV mostraram que a empresa havia ganho 33 concorrências e licitações no governo do Estado, entre 1989 e 1994. A constituição federal impede que um deputado seja dono ou controlador de empresa que mantenha contrato com órgãos públicos.
Na época o parlamentar garantiu que havia deixado a empresa em 1990, antes de assumir na Assembléia. A operação alterou o nome da empresa de Marco Antonio Engenharia para Marco Construções. Foi quando o irmão Paulo Peixoto e a ex-cunhada Margot passaram a figurar na sociedade. Mas o irmão Paulo Peixoto chegou a admitir na época que não fazia parte da empresa.
Diante dos novos indícios, o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo Da Camino anunciou abertura de investigação.
— Se essas denúncias forem comprovadas e há uma série de outras circunstâncias em análise, poderá, em tese, o Ministério Público de Contas encaminhar representação, se entender que não são preenchidos os requisitos legais, que não se dê posse ao nomeado para o cargo de conselheiro — afirma.
A posse de Marco Peixoto como conselheiro do Tribunal de Contas está marcada para quarta-feira. Ele teve o nome aprovado pela Assembleia Legislativa.