13 março 2011

Governo fará um mutirão de documentos em São Lourenço

Ministra da Pesca irá verificar a 
possibilidade de pagamento de seguros
A ministra da Pesca, Ideli Salvatti, anunciou a iniciativa do governo federal para amenizar os prejuízos ao setor em São Lourenço do Sul, após a enxurrada que atingiu o município. A primeira iniciativa será um mutirão para a regularização de documentos, em parceria com o governo estadual. “Muitas pessoas perderam tudo com essa tragédia e, sem documentação, não é possível ter acesso aos benefícios”, justificou a ministra. 
Ideli sustenta que os pescadores foram um dos grupos mais atingidos pelo temporal, por terem sido prejudicados triplamente – perda de equipamentos, danos ás residências (geralmente em áreas ribeirinhas) e prejuízos no potencial da pesca (devido ao grande volume d'agua e areia trazidos pela chuva na Lagoa dos Patos). “É indiscutível que a pesca do próximo período será atingida”, afirmou, sem estimar em quanto.
Em relação a repasses financeiros, a ministra informou que conversará primeiramente com o titular da pasta do Trabalho, Carlos Lupi, para verificar se é possível que o benefício seja pago sem a proibição do exercício da profissão, a fim de evitar maiores dívidas aos pescadores. O seguro é pago por meio do Fundo de Amparo ao Trabalhador. Os ministros estudarão ainda uma forma de repor os equipamentos perdidos – seja através da anistia de dívidas ou reposição de peças. Segundo a ministra, 25 pescadores perderam tudo.

Tentativa de resfriar reator com água do mar sinaliza desespero de japoneses

Análise é de especialistas americanos que
temem repetição de Chernobyl
Um painel de especialistas americanos alertaram, neste sábado, que, apesar das autoridades japoneses afirmarem que a situação nas usinas nucleares de Fukushima 1 e 2 estarem sendo controladas, há risco de uma repetição do desastre de Chernobyl, na Rússia em 1986. De acordo com eles, a tentativa de resfriar os reatores com água do mar é um "ato desesperado" de evitar um desfecho trágico.
Em uma coletiva, os cientistas avaliaram que, mesmo que uma ameaça maior seja evitada, o acidente irá comprometer seriamente as perspectivas futuras da produção de energia elétrica através da fissão nuclear. "A situação está tão ruim que, aparentemente, eles não tem mais a capacidade e enviar água fresca ou potável para estabilizar o reator. Em um último suspiro, estão tendo que recorrer ao desvio de água do mar", enfatizou Robert Alvarez, que trabalha em projetos de desarmamento nuclear.
A planta de Fukushima sofreu um blecaute duplo, com a perda do sistema de ar-condicionado, combinada à perda de eletricidade geral, até mesmo nos geradores diesel. "É considerada extretamente rara esta falha, mas era o maior temor das últimas décadas", analisou Ken Bergeron, físico que trabalhou em simulações de acidente no reator nuclear japonês. "Estamos em território desconhecido", alertou.
O reator foi desligado, mas há a preocupação de que o calor no núcleo possa derreter o material, com a falta de refrigeração. "Se o núcleo vazar pela cápsula do reator, pode se espalhar pelo chão do prédio de contenção. Se isso acontecer, a estrutura deverá desabar", explicou Bergeron. "Se as tentativas de resfriar falhares, neste ponto será uma situação como Chernobyl, em que vão começar a empilhar areia e cimento no local", projetou Peter Bradford, ex-diretor da Comissão Nuclear Regulatória dos Estados Unidos.
A comissão reguladora nuclear dos Estados Unidos (NRC) anunciou neste sábado o envio de dois especialistas  ao Japão, após a explosão registrada em uma usina nuclear a 250 km de Tóquio, como consequência do terremoto de 8,9 de magnitude que sacudiu o país na véspera.
Os mortos no Japão já passam de 600, mas as autoridades temem que as vítimas fatais na tragédia ultrapasse 1,7 mil. Mais de 3,4 mil prédios foram parcialmente ou totalmente destruídos no país. Incêndios ainda atingem residências em pontos do Japão. Cerca de 9,5 mil pessoas estão desaparecidas na cidade japonesa de Minamisanriku, na prefeitura de Miyagi.