29 janeiro 2013

De Santo Ângelo são cinco os jovens que morreram na tragédia

Cinco vitimas da capital missioneira
Com a identificação de mortos no incêndio ocorrido na madrugada de domingo na boate Kiss, em Santa Maria, o número de vítimas santo-angelenses ampliou de um para cinco.

O primeiro, Vinícius Uggeri, chegou a ser atendido no hospital de Santa Maria, mas não resistiu aos ferimentos. Vinícius era filho de Maria Denise Marconatto Uggeri, diretora do Instituto Estadual de Educação Odão Felippe Pippi.

O segundo identificado foi Matheus Engers Rebolho. O jovem, filho do oficial de justiça de Santo Ângelo, José Rebolho, e da professora Eligia Rebolho, tinha 19 anos. Matheus era estudante e trabalhava no Iesa.

A terceira vítima é Fernando Michel Devagarins Parcianello, filho do mecânico Celestino Parcianello.

A quarta morte divulgada é de Benhur Retzlaff Rodrigues, filho de Simone Retzlaff e Odenir Rodrigues. Benhur era estudante do curso de Engenharia Civil.

A última vítima identificada foi Laureane Salapata, estudante da Universidade Federal de Santa Maria.

46ºC em Porto Mauá

46ºC em Porto Mauá nesta terça-feira
Nesta terça-feira, 29 de janeiro de 2013, àS 17h15min, o relógio digital de Porto Mauá, localizado na Rua Uruguai (Rua do Porto), ao lado da Prefeitura Municipal, registrou a temperatura de 46ºC

Jovem internado em Porto Alegre tem morte encefálica, diz secretaria

Gustavo Marques Gonçalves estava no Hospital de
Pronto Socorro
Internado em Porto Alegre, Gustavo Marques Gonçalves, 21 anos, teve morte encefálica confirmada pela Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul na noite desta terça-feira (29). Com a nova vítima, de acordo com dados do órgão estadual, sobe para 235 o número de mortos no incêndio da boate Kiss durante uma festa universitária em Santa Maria.

A morte encefálica foi verificada às 18h01 desta terça, de acordo com a Secretaria da Saúde.

117 em atendimento
Ainda há 117 feridos no incêndio durante uma festa universitária na boate Kiss na madrugada deste domingo (27) sendo atendidos em hospitais do Rio Grande do Sul, informou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Em entrevista coletiva no Hospital de Caridade, em Santa Maria, na noite desta terça-feira (29), ele informou que há 64 internados em Santa Maria e 53 em Porto Alegre e na Região Metropolitana.

Entre os pacientes em Santa Maria, 27 estão em ventilação mecânica. Dos pacientes em Porto Alegre, apenas três foram retirados da ventilação mecânica. "Estamos confiantes de que outras pessoas possam ter uma evolução no estado de saúde", disse Padilha.

Ainda conforme o secretário, há 30 leitos de UTI disponíveis em Santa Maria.

Investigação
O delegado regional de Santa Maria (RS), Marcelo Arigony, afirmou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira (29) que a banda Gurizada Fandangueira utilizou um sinalizador mais barato, próprio para ambientes abertos e que não deveria ser usado em local fechado, durante o show na boate Kiss, em Santa Maria (RS). O equipamento teria provocado o incêndio que deixou 234 mortos na madrugada de domingo (27).

"Eles compraram um sinalizador de pirotecnia mais barato, que sabiam que era exclusivamente para ambientes abertos, porque falaram que era mais barato. O sinalizador para ambiente aberto custava R$ 2,50 a unidade e, para ambiente fechado, R$ 70. Eles sabiam disso, usaram este modelo para economizar. Usaram o equipamento para ambiente aberto porque era mais barato”, disse o delegado.

Segundo ele, os integrantes da banda admitiram o uso do sinalizador em depoimento. A banda teria inclusive usado o mesmo modelo de sinalizador em outras apresentações.

O delegado elencou uma série de elementos que contribuíram para que a tragédia ocorresse, como falhas na iluminação de emergência, espuma inadequada para recobrir a danceteria, além de extintores irregulares.

Segundo Arigony, o extintor de incêndio que estava na boate e falhou quando os seguranças tentaram apagar o fogo pode ser falsificado.“Segundo testemunhas e provas preliminares, os extintores podem ser falsos, pois não estavam funcionando, não funcionavam direito”, disse.

Ainda segundo o delegado, a espuma utilizada no revestimento da casa noturna não servia como revestimento acústico. “Esta espuma nem faz isolamento acústico,apenas evita eco e é inflamável. Pode ter produzido o gás tóxico”, diz o delegado.

Entre os outros problemas apontados por Arigony estão reformas realizadas na boate Kiss que não tinham sido notificadas ou autorizadas pela prefeitura de Santa Maria e pelo Corpo de Bombeiros. A porta de entrada do local também não teria capacidade para dar “evasão de fuga” ao público.

O Corpo de Bombeiros, segundo o delegado, informou que o local tinha 615 metros de área e capacidade para 691 pessoas. O alvará de funcionamento estava vencido desde 10 de agosto e o laudo sanitário, desde 31 de março.

Também foi apontado por Arigony falhas na sinalização interna do estabelecimento. “A boate não tinha iluminação para crise. As pessoas podem ter corrido para o banheiro, ao ver a luz ligada lá, achando que era uma saída de emergência e acabaram morrendo asfixiadas lá dentro”.

Até esta terça-feira, 44 pessoas já foram ouvidas pela polícia e 10 ofícios de informações foram expedidos a órgãos públicos pedindo explicações e documentos. Segundo o delegado, apenas a Brigada Militar já respondeu aos questionamentos.

O delegado afirma que abriu um processo para investigar a responsabilidade do Corpo de Bomberiros e da prefeitura de Santa Maria, e se houve improbidade administrativa. "Por tudo isso, qualquer criança vê que esta casa não poderia estar funcionando. O conjunto todo mostra uma irregularidade total. O conjunto todo mostra que esta casa não podia estar funcionando", afirmou.

Vocalista admite uso
Marcelo Santos, que é vocalista da banda Gurizada Fandangueira, admitiu à polícia que segurou um sinalizador aceso durante o show na boate Kiss. O músico negou, no entanto, que as faíscas do artefato tenham provocado o incêndio e disse que já havia manipulado esse tipo de sinalizador por diversas vezes em outras apresentações.

Operação da Polícia Militar prende 45 pessoas em flagrante na região

Operação Barão completou 10 dias na região 
(Foto: 7º BPM/Divulgação)
A Operação Barão completou na segunda feira, 28, dez dias de atividades na área de ação do 7º BPM, realizando operações pontuais de Polícia Ostensiva. Segundo o 7º BPM de Três Passos, neste período de apenas dez dias, o sucesso é verificado e materializado pela abordagem de 8.832 pessoas e a fiscalização de 3.215 veículos, sendo que 109 foram autuados e 33 foram recolhidos. Também foi realizada a prisão em flagrante de 45 pessoas pelos mais diversos crimes, confeccionados 29 Boletins de Comunicação de Ocorrência Policial e 19 Termos Circunstanciados.

Nesta primeira edição da Operação Barão, a Brigada Militar atuou na prevenção e redução de ocorrências pontuais, levando em consideração as características de cada município. Na segunda fase da operação, estão previstas atividades de inteligência e o emprego do Pelotão de Operações Especiais com a finalidade de manter a redução dos índices de ocorrências em toda a área de ação do Batalhão.

Ainda segundo o 7º BPM, junto com a Operação Barão, com a finalidade de redução de ocorrências policiais e índices de criminalidade, estão previstas ações sociais, programas e projetos institucionais voltados para a prevenção, considerados de suma importância pelo Comando do 7º BPM e das Companhias de Polícia Ostensiva, para o alcance destes objetivos.

Raio X foi exame mais procurado no CDI do HSVP

Centro de Diagnóstico por Imagem realizou mais de 36 mil
exames ao longo de 2012
Centro de Diagnóstico por Imagem realizou mais de 36 mil exames ao longo de 2012

O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Três de Maio realizou, ao longo de 2012, 36.877 exames em seu Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI). Deste total, cerca de 49% foram através de convênios e 45% via Sistema único de Saúde (SUS). O exame mais procurado foi o de Raio X, que representou mais de 65% do total, seguido pela ecografia, com aproximadamente 13%.

O HSVP conta com uma equipe capacitada, atuando de forma integrada, agregando tecnologia, qualidade e precisão nos resultados dos exames realizados. Entre as preocupações da Instituição está oferecer à comunidade equipamentos líderes de mercado, que disponham do que há de mais avançado em tecnologia.

Um dos exemplos foi à aquisição, em 2012, de um mamógrafo Hologic Lorad M-IV, projetado para expandir de simples exames de rotina e mamografia diagnóstica para até procedimentos cirúrgicos como a estereotaxia, que avalia as lesões não palpáveis que exigem biópsia cirúrgica, identificando a sua profundidade e permitindo uma localização exata da área a ser investigada.

Sobrevivente conta como conseguiu sair da boate Kiss


Narjana Vetorato, cuja família mora em Alegria, provavelmente foi uma das primeiras pessoas a deixar a boate Kiss, em Santa Maria, assim que o incêndio começou. Ela faz Odontologia na Universidade de Santa Cruz do Sul e estava em visita a uma amiga na cidade.

As duas resolveram sair a noite para se divertir e foram a Kiss sem saber que vivenciaram o drama da segunda maior tragédia em número de mortos do Brasil. Narjana contou que sentiu cheiro de fumaça e comentou com a amiga. Inicialmente, pensaram que alguém poderia estar fumando no ambiente onde é proibido consumir cigarros.

Foi, então, que ela olhou para cima e viu o teto da boate em chamas e o fogo já se alastrando pela espuma do isolamento acústico. Sem perder tempo, ela correu para a única porta da boate e teve que empurrar a segurança que tentou barrar a saída dela por achar que ela estaria tentando sair sem pagar. N

arjana e amiga foram para o estacionamento do Supermercado Carrefour que fica em frente a casa noturna. A partir daí, elas perceberam que a situação era dramática porque as pessoas começaram a sair da boate com os rostos e cabelos enegrecidos pela fumaça. Elas ainda buscaram água para tentar ajudar, mas foram afastadas pela polícia e bombeiros que isolaram o local. Narjana acredita que se estivesse uns três metros a mais no interior da boate não teria conseguido se salvar.

Multidão faz caminhada em lembrança às vítimas de incêndio

Milhares de pessoas tomaram as ruas de Santa Maria
(Foto: Márcio Luiz/G1)
Vestidas de branco, cerca de 10 mil pessoas voltaram a se reunir na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria (RS), na noite desta segunda-feira (28), para fazer uma caminhada em homenagem às vítimas de um incêndio na boate Kiss. O incêndio atingiu o local durante uma festa universitária, deixando 231 mortos na madrugada de domingo (27).

Por volta de 22h, o grupo partiu em silêncio da Praça Saldanha Marinho e, durante a marcha, cantaram o hino nacional e do Rio Grande do Sul. Pouco mais de uma quadra e meia depois, parte do grupo se deslocou até as proximidades da boate Kiss, ainda isolada pela Brigada Militar. Ali, se sentaram e fizeram um minuto de silêncio. Muitos choraram. Balões brancos foram jogados pelo ar e veio o clamor: “justiça, justiça, justiça”.

Segurando cartazes, lanternas e celulares ligados, o grupo seguiu caminho até o Centro Desportivo Municipal (CDM). A grande maioria vestia roupas brancas, alguns com adesivos colados com a palavra “luto” ou com fitas negras amarradas. De tempos e tempos, após alguns metros percorridos, um salva de palmas interrompia o silêncio. Orações, cantos, e muitas lágrimas eram as outras manifestações mais frequentes.

Pouco depois das 23h, os primeiros manifestantes começaram a chegar ao ginásio que serviu de base de operações das autoridades e das forças de segurança desde as primeiras horas após o incêndio e onde muitos corpos foram veladas. No local, mais lágrimas foram derramadas e se repetiram os gritos de “justiça”.

“Desde o domingo estamos envolvidos com essa caminhada em memória das pessoas que morreram. É um ato simbólico para demonstrar nosso luto e pedir paz”, explicou Cássio Aguiar, um dos organizadores.