04 outubro 2009

Aos 74 anos, morre a cantora Mercedes Sosa

A cantora argentina Mercedes Sosa morreu neste domingo, no hospital Trinidad, em Buenos Aires, onde estava internada desde meados de setembro. Os motivos divulgados de sua morte foram complicações renais e hepáticas, além de problemas respiratórios. A intérprete de 74 anos sofria do Mal de Chagas desde o final dos anos 1970.
As vozes mais à esquerda poderiam resumir o parágrafo acima a quase um slogan: "a voz dos sem voz se calou". O coro postado mais à direita provavelmente se sentiria aliviado: durante a ditadura militar que governou a Argentina entre 1976 e 1983, Mercedes era o grilo falante e cantante que insistia em evocar a consciência de que a intolerância e a perseguição política não se afina com a dignidade humana.
Deixando de lado as paixões políticas, seria justo dizer que morreu uma das principais cantoras latino-americanas, a voz maior de clássicos como Volver a los 17, uma artista que ignorou fronteiras artísticas e geográficas, celebrando um ideal latino ao dividir canções, álbuns e palcos com Milton Nascimento, Charly García, Fagner, Antonio Tarragó Ros, Beth Carvalho, Joan Manuel Serrat, Shakira e Fito Páez.
Para aquela que imortalizou Gracias a la Vida (da chilena Violeta Parra), a boa música exigia independência artística. Por exemplo, no show que La Negra (apelido recebido pela cor de sua vasta cabeleira) fez há dois anos nem Porto Alegre, o repertório incluía Coração de Estudante (Nascimento e Wagner Tiso), mas também Gente Humilde (Garoto, Vinicius de Moraes e Chico Buarque) e Un Vestido y un Amor (Páez) e El Cosechero, que ela interpretou ao lado de seu amigo Luiz Carlos Borges, acordeonista gaúcho.

Estátua de Jayme Caetano embeleza trevo em São Luiz Gonzaga

A inauguração vai ser somente no dia 10, mas a operação de translado da estátua de Jayme Caetano Braun foi uma atração à parte neste sábado (03), em São Luiz Gonzaga, nas Missões. O monumento em homenagem ao pajador missioneiro estava no pátio da casa da família do escultor Vinícius Ribeiro, responsável pela obra. E precisava ser levada para um dos trevos da cidade, onde poderá ser contemplada.
Dois guindastes e um caminhão carreta foram necessários para erguer e transportar uma estátua. A operação foi delicada e demorada: a obra de concreto armado tem seis metros de altura e nove toneladas. O pajador de concreto foi primeiro içado a uma altura de 17 metros, sobre a rede de energia elétrica. Depois, foi deitado num caminhão carreta.
Sete pessoas trabalharam na operação, que durou mais de seis horas. Com a estátua sobre o caminhão, os admiradores do artista percorrem em carreata e a cavalo um trajeto de cerca de dois quilômetros até o trevo. A obra foi construída com recursos da comunidade. Como também são admiradores de Jayme, os responsáveis pela empresa que fez o serviço de transporte, de Panambi, só cobraram o valor do diesel.