12 fevereiro 2011

Militares do Egito pedem colaboração do povo e prometem honrar tratados

Egípcios tiram o lixo acumulado nos 18
dias de protestos na Praça Tahrir, no Cairo
As Forças Armadas do Egito, que controlam o governo desde a queda do presidente Hosni Mubarak, que renunciou nesta sexta-feira após 18 dias de protestos, pediram neste sábado à população que colabore com a polícia para garantir a paz nas ruas do país. Em pronunciamento transmitido pela TV estatal, um porta-voz do Conselho Supremo das Forças Armadas disse que o Egito é "capaz de sair de situações difíceis" e pediu a colaboração do povo. "A confiança entre a polícia e a população deve ser restaurada."
A polícia do Egito, que é controlada pelo Ministério do Interior, é vista com desconfiança por grande parte da população e esteve praticamente ausente das ruas durante os protestos iniciados no dia 25 de janeiro.
Conselho promete honrar tratados
No pronunciamento, o porta-voz do Conselho Supremo das Forças Armadas também prometeu que o Egito vai honrar "todos os tratados regionais e internacionais" assinados anteriormente, no que pode ser uma indicação de que o país continuará a reconhecer o Estado de Israel como legítimo.
Além de ser o guardião do Canal de Suez, por onde passa boa parte do comércio internacional, o Egito, assim como a Jordânia, é o único país da região a reconhecer o Estado de Israel. As Forças Armadas também pediram à população que se juntem à autoridade pública para "apoiar o país e a economia".
Toque de recolher foi reduzido
Os militares também anunciaram que o toque de recolher em vigor no Egito começará quatro horas mais tarde, à meia-noite local (20h de Brasília), e não mais às 20h locais (16h de Brasília). A população deverá ficar fora das ruas até as 6h (2h de Brasília).
O horário do toque de recolher afetou a região metropolitana do Cairo e as cidades de Alexandria e Suez, onde foram realizados os maiores protestos contra o regime egípcio. Ainda não se sabe até quando a medida será mantida, mas os manifestantes acampados na praça Tahrir começaram nesta madrugada a desmontar suas barracas e a limpar a área.
Marechal vai comandar transição
O marechal Mohamed Hussein Tantawi, de 79 anos, é o homem que vai comandar o processo de transição política após a renúncia de Mubarak. Tantawi é o atual ministro da Defesa e chefe do Conselho Supremo das Forças Armadas, a quem Mubarak encarregou “de dirigir as questões de Estado”, no discurso de renúncia lido pelo vice-presidente, Omar Suleiman. Tantawi ainda não se manifestou nem informou quem integrará o governo provisório.
Egito tenta retomar rotina
No dia seguinte à renúncia do presidente Mubarak, a vida na capital egípcia, Cairo, começa a voltar ao normal, enquanto o futuro político do país passa a ser discutido, depois de quase 20 dias de protestos e violência. Na praça Tahrir, ponto principal de concentração dos protestos iniciados em 25 de janeiro, centenas de pessoas continuavam acampadas. Milhares de manifestantes passaram a noite no local, comemorando a saída do presidente.
O Exército egípcio começou neste sábado a retirar as barricadas dos acessos à praça, removendo carros queimados que serviam de barreiras. As Forças Armadas mantêm tanques e veículos blindados nas ruas, principalmente em frente aos prédios do governo e de outras instalações importantes. 

Desbravadores serão tema de documentário

Eles serão tema de documentário
Com o apoio do Fundo Municipal de Cultura de Santa Rosa, a Plug Produtora de Vídeo está produzindo o documentário “Os Desbravadores de Santa Rosa”. O curta-metragem tem direção de Anderson Farias, que já dirigiu os documentários Eco do Sapucay e Estalos. Fazem parte da equipe, entre outros, Claudio Joner responsável pelo som e trilhas e a historiadora Teresa Christensen que desenvolveu a pesquisa e participou como coautora do roteiro junto com Anderson.
O filme resgata uma reportagem que foi produzida sobre o município em 1947, quando dois repórteres da Revisa do Globo vieram a Santa Rosa a pedido do prefeito da época para tentar desfazer a má fama da cidade. O documentário traça um paralelo sobre a cidade dos anos 40 e a atual, contraponto lugares e características citadas na reportagem.
O filme, que já tem o roteiro e a pesquisa prontos, deve ser rodado ainda no mês de fevereiro. Para realizar esta produção será necessária a participação da comunidade, através de fotos, materiais da época e também na figuração. Quem quiser colaborar pode entrar em contato com a Secretaria de Cultura.
“Os Desbravadores de Santa Rosa” é mais um trabalho que vem ao encontro das comemorações dos oitenta anos do município e deve ser exibido ao público durante a programação do 3º Santa Rosa Mostra Gramado.

Produtor de uva ganhará mais nesta safra

Este ano deverão ser colhidos 640 milhões 
de quilos de uva no Estado
Naquela que promete ser a maior vindima da história, o produtor gaúcho de uva também ganhará mais. Depois de quatro anos com o preço mínimo congelado, nesta safra, o quilo da isabel passou para R$ 0,52, ganho de 13% ante o R$ 0,46 pago entre 2007 e 2010.
— Para algumas variedades, como bordô, niágara e moscato, o mercado promete um preço maior do que o mínimo. O produtor pode ganhar mais pela qualidade, pelo volume e pelo preço que aumentou. Algumas poderão alcançar um valor 20% maior do que o do ano passado. Tudo isso traz um novo ânimo — afirma o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin.
O Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) projeta que a produção será entre 20% e 25% maior do que na última safra. Em 2010, o Rio Grande do Sul colheu 526,89 milhões de quilos de uva, valor inferior ao dos dois anos anteriores.

O resultado foi o que eu queria: sair do Judiciário, diz juiz sobre demissão por "conduta imprópria"

Daniela Neuhaus diz que teve receio de fazer a
denúncia contra o juiz após o suposto assédio
O juiz Marcelo Colombelli Mezzomo, primeiro magistrado a ser demitido do Judiciário na história do Estado, falou a Zero Hora sobre a decisão. Obrigado a deixar o cargo de juiz na comarca de Três Passos por ter feito supostos comentários inconvenientes a uma jovem de 21 anos, ele se diz satisfeito com a situação.
Perguntado se acredita ter havido excesso em sua punição, Mezzomo não demonstra, sequer, indignação:
— Isso não cabe a mim questionar. Não me interessa o que está dentro da decisão. O que importa para mim é uma coisa só, o resultado, e foi o que eu queria: sair do Judiciário — disse o, agora, ex-juiz.
O primeiro caso de demissão de um juiz no Estado gerou comentários em Três Passos, cidade de aproximadamente 25 mil habitantes no noroeste gaúcho. Segundo a família da jovem Daniela Neuhaus, alvo dos supostos comentários, muitas pessoas passam no estabelecimento comercial e têm opiniões divergentes sobre o episódio. Alguns criticam a atitude, outros elogiam a coragem da denúncia.