27 janeiro 2010

Estudante da SETREM é aprovado em teste da SOGIPA

Pedro Luiz Burmann de Oliveira, 17 anos, se destacou nos testes de atletismo.
Em 2006 quando chamou a atenção dos professores de educação física, pelo seu desempenho nas atividades de atletismo, Pedro Luiz Burmann de Oliveira, não imaginava que o gosto pelo esporte lhe reservava grandes oportunidades.
No mesmo ano conquistou premiações na 42ª ONASE – Olimpíada Nacional das Escolas da Rede Sinodal de Educação, desde então vem representando, com grande destaque, a SETREM em diversas competições escolares. O maior desafio, porém, veio em 2010, após descobrir pela internet que a SOGIPA – Sociedade de Ginástica de Porto Alegre estaria realizando testes para selecionar jovens talentos do atletismo.
Com o apoio da família e dos Professores Moacir Juliani e Fernanda Borges, Pedro aceitou o desafio e fez sua inscrição. “O teste era para ser realizado em 3 dias, mas como gostaram do meu rendimento, fui convidado para mais uma semana, para participar de uma competição no dia 21 de janeiro, na qual conquistei o primeiro lugar nos 200 metros”.
Com a aprovação nos testes e o convite para treinar na SOGIPA, Pedro faz planos para o futuro: “Quero conquistar meu espaço dentro do atletismo, chegar a um Sul-Americano e, quem sabe, às Olimpíadas 2016”.

Acadêmica desenvolve tijolo ecológico

Produção foi tema do trabalho de conclusão do curso de Administração. O tijolo é ecológico, e reduz custos de produção.
A acadêmica do curso de Administração da UNIJUÍ Campus Santa Rosa Micheli Friske desenvolveu para seu trabalho de conclusão de curso um tijolo ecológico, como uma alternativa de produção. O produto tem como matéria-prima além de água e argila, borra de tinta, a sobra de tinta usada no processo de produção de metalúrgicas de Santa Rosa, no Noroeste do Estado.
O pai da acadêmica é, há 20 anos, proprietário de uma cerâmica, no interior de Santa Rosa. O empreendimento produz 150 mil tijolos por mês e foi este o fato que levou a acadêmica a desenvolver o produto. Ela queria criar algo que pudesse auxiliar na atividade do pai.
Micheli havia lido sobre a experiência de uma empresa do Estado de Minas Gerais, que ocupava resíduos de fosfato de fábricas de automóveis para a produção de blocos de vedação. Então, decidiu adaptar a idéia para sua realidade. Como na região não há este tipo de fábricas, buscou na produção local o resíduo que poderia ser transformado em matéria-prima para a produção de tijolos na fábrica do pai.
Desafiada e orientada pela coordenadora do curso, Cleide Marisa Rigon, orientadora do trabalho de conclusão, Micheli iniciou, em nível experimental, a produção de 110 tijolos. Foram usados 18 quilos de borra de tinta, o que reduziu o uso de argila em 20%. Segundo a aluna, menor custo de produção, já que o material é adquirido a baixo custo nas metalúrgicas, e menor impacto ambiental, já que reduz a quantidade de argila retirada do meio ambiente.
Micheli conta que foram realizados vários testes para descobrir a quantidade de borra de tinta que poderia ser colocada na mistura de água e argila: “não poderia ter muita borra, pois poderia diminuir a resistência do tijolo, e nem pouco, pois o objetivo era usar o máximo de borra possível, para alcançar nossos objetivos, que era de reduzir o impacto ambiental e reduzir custos de produção”.
Darci Friske, pai de Micheli, comercializa mil tijolos a R$ 300, sendo que para a produção, apenas com a argila ele tem um custo de R$ 30, o restante é mão-de-obra, manutenção de equipamentos, lenha e transporte. Com o uso da sobra de tinta, o custo cairia para R$ 24. A invenção pode gerar ainda a redução de outro custo: a lenha. Já que a borra de tinta é um produto inflável, o tempo de queima do tijolo também é reduzido, ou seja, menos lenha e menos tempo de produção.
Metalúrgicas de Santa Rosa descartam, em média, 15 mil quilos de sobras de tinta por ano. Uma empresa de Porto Alegre é paga para fazer o recolhimento e destinação do material, são R$ 350 a cada mil quilos. A reutilização do resíduo como matéria-prima, ainda reduziria custos no processo de produção de metalúrgicas locais.
O laboratório de Engenharia Civil da Unijuí realizou o laudo do tijolo, e comprovou que o tijolo maciço cerâmico orgânico é resistente. A aderência da matéria-prima deve estar de 8 a 22%. O tijolo orgânico de Micheli apresentou 18%.
O pai da administradora, que no início não acreditava que a experiência pudesse dar certo, garante que ainda neste mês irá procurar a Fepam e o Inmetro para poder produzir e comercializar o tijolo orgânico no mercado: “a idéia da Micheli proporciona menor impacto ambiental e redução nos custos de nossa produção”, afirma.
O empreendimento da família tem licença ambiental para seu funcionamento. Os maiores gastos estão na extração da argila e legalização das áreas. Por isso Micheli pensou em, de alguma forma, reduzir os custos de produção.
Micheli, que colou grau em administração no sábado, dia 16 de janeiro, diz que apesar de comprovada a resistência dos tijolos, precisam de mais alguns testes no que diz respeito a consequências que o produto pode causar: “pelo fato da tinta ser um produto químico, pode gerar resíduos que prejudiquem o meio ambiente, na hora da queima do tijolo, ou ainda danos a saúde da pessoa que faz a manipulação do mesmo, na produção do tijolo”.
A coordenadora do curso de Administração da UNIJUÍ e orientadora do trabalho, Cleide Rigon, diz que o curso de administração deve orientar para pensar no negócio como algo sistêmico: “a gestão ambiental e a responsabilidade social são conceitos que devem estar presentes em todas as decisões e projetos que irão realizar na sua pratica profissional. O importante não é o tamanho da ação, mas agir”.
A ideia da aluna é um exemplo de inovação, comprovando que não precisam de altos investimentos para chegar a produtos e processos inovadores. É uma ação simples, que pode significar muito no desenvolvimento local e sustentável de região.