24 abril 2010

Exclusivo...Tribunal de Justiça instaura Ação Penal contra prefeito de Horizontina

No último dia 9 de abril, representantes designados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul estiveram em Horizontina e um representante do Ministério Público, para oitiva de 03 testemunhas do processo criminal de número 70028922052 contra o atual prefeito Irineu Colato (PP) (foto). (www.tjrs.jus.br consulta processual).
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Colato, dando-o como incurso nas sanções do art. 1º, inciso I (apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio), do Decreto-Lei nº 201/67 porque na data de 02 de outubro de 2002, o denunciado, no exercício do cargo de Prefeito Municipal, prevalecendo-se de sua função, desviou terreno de propriedade do Município de Horizontina/RS, ao fazer doação pura e simples, com escritura pública de bem imóvel integrante do patrimônio público, em proveito de JBC Metalúrgica Ltda, contra expressa disposição da Lei Municipal nº 1.447/01, infringindo, ainda, os arts. 10, incisos I, II e III, e 11 da Lei 8.429/92:
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
        I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;
        II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
        III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
A Lei Municipal estabelece critérios para a concessão de incentivos industriais, onde especifica que as concessões contempladas dependem de específica autorização legislativa e no artigo 4º, estabelece que os incentivos serão concedidos à vista de requerimento dos interessados.
O terreno em questão, segundo a denúncia do MP, foi inicialmente solicitado pela Empresa Implemec da qual o denunciado era sócio, o que naturalmente chamaria muito a atenção, pois ficaria configurada uma doação do terreno do Município de Horizontina para o próprio Prefeito em exercício. Por esse motivo, o denunciado, em uma manobra administrativa, sem autorização legislativa (Câmara de Vereadores), encaminhou ao CONDEM – Conselho de Desenvolvimento Municipal, documento (assinado por sócio-gerente o filho do denunciado) onde a empresa Implemec admite a Cessão de Área no Distrito Industrial do Município de Horizontina para a empresa JBC Metalúrgica de propriedade dos filhos do denunciado.
As irregularidades teriam sido constatadas pela Procurador Jurídico do Município na gestão 2005/2008 e levadas ao conhecimento do MP. Pelo mesmo fato, o denunciado e a empresa JBC Metalúrgica Ltda., são réus em Ação Civil Pública por Ato de Improbidade Administrativa, por facilitação, permissão e doação de imóvel público a patrimônio particular, instaurada pela Promotoria de Justiça de Horizontina, em outubro de 2008, por infração dos artigos 10, incisos I, II e III, e 11 da Lei 8.429/92.
A pena no processo de improbidade administrativa tem caráter tríplice, cujas sanções vão da perda de bens, ressarcimento do dano, perda da função pública, de caráter administrativo, perda de direitos políticos e multa civil. Na ação penal, todos os condenados também perdem os direitos políticos. A pena para este tipo de delito é de reclusão de dois a doze anos, segundo o art. 1º, § 1º do Decreto-Lei nº 201/67. O § 2 do art. 1º do Decreto-Lei, afirma que "A condenação definitiva em qualquer dos crimes definidos neste artigo, acarreta a perda de cargo e a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou particular". O processo em julgamento pelo Tribunal de Justiça, se dá por que o mandatário, por ser prefeito tem foro privilegiado. Folha Cidade teve acesso ao processo, por que o mesmo não corre em em segredo de Justiça, portanto é público, como todo processo criminal.
Em sua defesa, Colato alega em síntese, ausência de dolo, sustentando que "a única explicação para o caso é a existência de um erro, um equívoco de nomenclatura no incentivo concedido à empresa e que deverá ser corrigido". Afirmando que houve sim uma concessão de uso de bem público e não uma doação pura e simples, referindo, ainda, que este erro será corrigido mediante o necessário processo legislativo, para autorizar-se de forma válida, regular e de acordo com a Lei, não apenas a concessão, mas sim a doação com encargo". A defesa do prefeito pediu a rejeição da denúncia ou a produção de todas as provas admitidas em direito.
Administrativamente, o município resolveu a concessão irregular no apagar das luzes da gestão anterior, em sessão extraordinária do legislativo, no mês de dezembro de 2008, onde a concessão foi enfim aprovada dentro de seu aspecto legal, o que não inibe a atual mandatário da responsabilidade sobre a ação criminosa cometida havia de sete anos atrás.
O Procurador de Justiça manifestou-se pelo recebimento da denúncia, entendendo que há elementos suficientes para autorizar a instauração da ação penal, porquanto, mesmo insistentemente advertido, passaram quase sete anos do "registro equivocado" e nada foi feito para desfazer o erro. O relator do processo que acatou a denúncia do MP foi o Des. Constantino Lisbôa de Azevedo.

Transporte ferroviário de cargas está voltando

Encontro coordenado pelo Ministério Público Federal, com apoio do Governo Municipal, reuniu nesta semana, no Campus I da FEMA, empresários e representantes da ALL - América Latina Logística. A pauta principal era a retomada do transporte ferroviário em Santa Rosa.
Dirigentes da ALL garantiram que o transporte deve ser reiniciado a partir de 15 de maio, data prevista para a conclusão das obras de reforma do trecho de trilhos que liga Santa Rosa a Giruá. Um levantamento prévio realizado pela Prefeitura e ACISAP aponta que o município movimenta cerca de 590 mil toneladas de grãos e fertilizantes anualmente.
O volume, segundo as lideranças empresariais, justifica a volta dos trens de cargas. Na manhã de terça-feira, 20, representantes da ALL permaneceram na cidade para conversas individuais com empresários e líderes de cooperativas de produção da região interessada em transportar grãos pela ferrovia.

"Foi um dos piores dias da minha vida", relata jornalista feito refém na Bolívia

Foi, sem dúvida alguma, um dos piores dias da minha vida. Por nove horas, na última terça-feira, eu e outros 90 turistas estrangeiros viramos reféns de manifestantes, sofremos ameaças, passamos fome e frio e nos defrontamos com a intolerância e o desrespeito aos direitos do próximo, em um episódio que expõe a insegurança e a ausência do Estado na Bolívia do presidente Evo Morales.
– Foi aterrorizante – resumiu um companheiro de infortúnio, o moçambicano Ricardo Pereira, 24 anos, que, com a namorada, a portuguesa Pia Carona, 25 anos, viaja do Uruguai ao México e não pretende voltar tão cedo à Bolívia – possivelmente, jamais retornará.
O drama da terça-feira começou às 14h, no segundo de quatro dias de uma excursão pelo altiplano do sul da Bolívia, cujo ápice seria a visita ao magnífico salar de Uyuni. Em um Toyota Land Cruiser branco da agência de turismo Estrella del Sur, eu e mais cinco turistas havíamos acabado de deixar a lagoa Hedionda – como indica o nome em espanhol, bastante fedorenta, devido ao enxofre –, em cujas margens havíamos almoçado, quando deparamos com um bloqueio de manifestantes na estrada de terra.
Rapidamente, dezenas de metros atrás, outro grupo desceu de uma caminhonete e espalhou pedras pela rodovia, bloqueando o nosso e outros veículos lotados de turistas. Não parecia preocupante. Sabíamos que a região era palco desses bloqueios, mas as agências garantiam que os guias seriam capazes de evitá-los, usando desvios. Além disso, imaginávamos que seríamos liberados com rapidez.
Impotência
Bem, nada disso aconteceu. Depois de muita discussão com os manifestantes, os motoristas dos veículos se deslocaram para Abaroa, lugarejo paupérrimo na fronteira com o Chile. Lá, onde chegamos pouco depois das 15h, deveríamos ficar no máximo 15 minutos, segundo promessa dos sequestradores. Ficamos quase oito horas, em um crescendo de desconforto, impotência e tensão.
Foram retidos 17 Toyotas com turistas, incluindo pelo menos sete brasileiros – dois gaúchos (eu e um amigo, o porto-alegrense Claudio Creitchmann), quatro paranaenses e uma mineira.
Em um ponto da estrada, armados com pedras e paus, mais manifestantes nos aguardavam, e um vigia foi estrategicamente posicionado na capota de cada carro.
Desespero
Em determinado momento, o motorista do Toyota que levava os paranaenses tentou fugir do cerco, usando estrada secundária. Foi perseguido e bloqueado. À distância, pude ver seus ocupantes serem ameaçados com pedras. Um dos passageiros, Diogo dos Reis Ruiz, teria horas mais tarde papel importante no drama.
Alçado à condição de porta-voz improvisado dos reféns, deu uma entrevista em bom espanhol a um jornalista da emissora de TV ATB Canal 11, de Potosí, na qual disse o que todos pensavam: manifestávamos até alguma simpatia pelas reivindicações do grupo que nos sequestrou, mas não tínhamos responsabilidade por seus problemas – pelo contrário, estávamos ajudando o país, ao gastar nossos dólares na Bolívia e promover a imagem do país. Infelizmente, de nada adiantou.
Tensão
Por volta das 19h30min, já com o sol desaparecido e a temperatura em queda rumo a OºC, o drama parecia que ia acabar. A reunião dos manifestantes acabou, os motoristas foram informados de que, após terem pago 50 bolivianos (R$ 12,50) por carro, poderiam ir embora, e sequestradores gritavam “que se vayan”.
Apressadamente, os turistas subiram nos Toyotas para deixar o local. Acabou sendo o momento mais tenso. Uma facção mais radical não aceitou a decisão da maioria e montou uma barreira humana para impedir a saída. Nosso carro foi cercado pela turba. De algum lugar na escuridão, uma pedra foi lançada contra nosso veículo, arrancando um grito de susto da portuguesa Pia – mas sem machucar ninguém. A seguir, passaram a balançar o Toyota, até serem detidos pelos mais moderados. Fomos orientados a dar marcha à ré e voltamos ao ponto de partida.
A maioria, eu inclusive, já acreditava que passaríamos a noite sentados nos carros. O território chileno – as luzes do posto fronteiriço de Oyahue eram vistas à distância – parecia cada vez mais convidativo, mas o frio e os 10 quilômetros de caminhada no escuro tornavam impraticável uma fuga. Acabaram nos liberando, às 23h. Mas a tensão persistiu pelas horas e dias seguintes – atrás de cada curva parecia haver manifestantes prestes a nos sequestrar.

PP lança Ana Amélia Lemos ao Senado

Num clima de festa que reuniu centenas de militantes do PP na manhã deste sábado, Ana Amélia Lemos foi lançada pelo partido como candidata ao Senado. A pré-convenção da legenda ocorreu no Teatro Dante Barone, na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre.
Ainda indefinido sobre qual candidato apoiará na eleição ao governo do Estado, o partido despejou todas as luzes sobre Ana Amélia. A tietagem à jornalista foi o marco do encontro, que reuniu prefeitos, deputados e vereadores do PP.
— É o lançamento da nossa principal estrela. Ana Amélia é o retrato da renovação de um partido que volta a brilhar de forma positiva — disse o presidente estadual do PP, Pedro Bertolucci.
Aplaudida de pé pelos presentes — que tremulavam bandeiras do partido e ostentavam cartazes com a inscrição "100% Ana Amélia" —, a candidata ao Senado embargava a voz durante o discurso. Disse que se tratava de um dos dias mais felizes de sua vida.
— Aceito o desafio de sairmos vitoriosos no dia 3. Mas isso só será possível se todos trabalharmos juntos, se vocês me estenderem a mão. Vamos à vitória! — disse ela, conclamando a robusta base que o PP tem no Interior para ajudá-la na campanha.
Uma orquestra subiu ao palco para encerrar o evento.

Formatura CBFPM 4º BPAF

Na sexta-feira (23/4), às 18h30, na cidade de Santa Rosa, com a presença do Cmt do CRPO Fronteira Noroeste Cel Atamar Manoel Cabreira Filho, do Cmt do 4º Batalhão de Polícia de Área de Fronteira, TCel Sérgio Flores de Campos e do Sr Pedro Luiz Buttembender Presidente do Corede Fronteira Noroeste, paraninfo dos formandos, além das demais autoridades regionais, efetivou-se a conclusão do Curso Básico de Formação Policial Militar, em brilhante ato solene de Formatura do CBFPM do 4º BPAF.
Durante os seis meses em que o curso foi ministrado, os 39 formandos integraram-se a comunidade demonstrando por inúmeras vezes os conhecimentos adquiridos no curso, comprovando o excelente preparo para o exercício da atividade Policial Militar.
Como as demais turmas formadas na área do CRPO Fronteira Noroeste, os novos servidores militares permanecerão na área de atuação do CRPO Fronteira Noroeste.
Aos novos integrantes desta Corporação, o Comando Regional de Polícia Ostensiva Fronteira Noroeste, deseja todo êxito no exercício de suas funções.

ATAMAR MANOEL CABREIRA FILHO - Cel QOEM
Cmt do CRPO/FNO

52 histórias que não acabaram: Marcio agora usa sandálias nº 59

Lojas de calçados que atendem a clientes de pés grandes costumam oferecer tamanhos extras até o número 48, no máximo chegam ao raro 52. Pois acredite, nenhuma delas pode resolver as necessidades de Marcio André Pinto Matje. O pisante dele: 59, e bico largo, e sola reforçada, e couro duplo de boi brasino para aguentar o tranco.
Conhecer o Marcio, que mora em Santo Ângelo, na região das Missões, é ter uma noção de como seriam os pedestais dos mitológicos Hércules e Golias. Por uma anomalia jamais diagnosticada pela família, quando ele tinha 15 anos, já usava número 52. Hoje, aos 26 anos, sustenta-se sobre dois colossos que só podem ser calçados mediante encomenda.
A tarefa não é para qualquer sapateiro. Há 34 anos no ramo, Jorge Oliveira da Silva precisou improvisar a maior fôrma de que dispunha, a número 44, para confeccionar um calçado para o Marcio. Colou placas de borracha no molde de madeira, até alcançar o tamanho certo. Para satisfazer o exclusivo freguês, Silva fez o solado com pneu de caminhão e entrelaçou fios de náilon nas tiras de couro. É com as únicas sandálias disponíveis no armário que Marcio se desloca e trabalha. Na manhã de 13 de abril, empurrava um carrinho de coletar lixo reciclável – uma engenhoca adaptada com o baú de um freezer, movida a rodas de bicicleta – pelas ruas dos bairros Sagrada Família e Zeferino. Em menos de três horas, já lotara o transportador com garrafas pet, papelão, latinhas e plásticos, recolhidos da lixeira de casas e empresas.
– Tem bastante gente boa na cidade, que guarda coisas para nós – disse Marcio, a testa suada, pois dispensa o boné mesmo sob a inclemência do sol.
A família de Marcio – os pais, mais oito irmãos e duas sobrinhas – sobrevive com a reciclagem de material. Usam um carrinho de tração humana, que Marcio puxa com a leveza de quem arrasta um brinquedo. Também uma carroça, mas ela está parada porque o cavalo, o Secão (tão velho que o pelo desbotou e perderam a conta da idade), machucou uma pata.
Marcio é estimado em Santo Ângelo. Mas nem sempre foi assim. Nem sempre o trataram com respeito. Quando menino, sofreu com as gozações dos colegas de aula – e como crianças podem ser malvadas ao extremo. As professoras tentavam protegê-lo do bullying, mas os gritos de “pé grande!”, “pé grande!”, “pé grande!” o perseguiam, o acossavam, o deixavam tonto e apavorado.

Ciro Gomes diz que seguirá decisão do PSB, mas vai "espernear"

Após ter a sua candidatura ao Palácio do Planalto ameaçada em reunião do PSB promovida ontem, em Brasília, o deputado federal Ciro Gomes (CE) reafirmou que irá cumprir a orientação de seu partido, mas ressaltou que vai "espernear até terça-feira", quando o PSB decidirá o destino político do parlamentar.
— Vou respeitar democraticamente a decisão do partido, mas vou espernear até terça-feira — afirmou.
— Se não der, vou ler, escrever, cuidar dos meus filhos e da minha mulher — acrescentou.
Em entrevista concedida na noite de hoje ao Jornal do SBT, o deputado federal disse novamente que a presidenciável do PT, a ex-ministra Dilma Rousseff, é melhor que o pré-candidato do PSDB à presidência da República, o ex-governador José Serra, como pessoa. No entanto, ressaltou que o tucano tem mais experiência e é mais preparado que a petista.
— O Serra é mais preparado que Dilma. Já foi deputado federal e governador de São Paulo — disse.
Ciro afirmou, no entanto, que Serra é solitário e autoritário.
— É um inimigo a ser destruído — criticou.
O deputado federal reconheceu que cometeu erros graves em sua carreira política, mas salientou que os primeiros movimentos políticos de Dilma o deixaram "de cabelo em pé". De acordo com Ciro Gomes, a presidenciável do PT não tem experiência política.
— Os primeiros movimentos dela já me deixaram de cabelo em pé, ela não tem experiência política — criticou.
Ainda segundo Ciro, o PT cometeu "dois erros crassos" na composição de sua campanha para as eleições deste ano.
— Um deles foi a aliança com o PMDB e o outro foi o retorno de José Dirceu à equipe de campanha.
Segundo o parlamentar, o retorno de Dirceu "é um desacato à Justiça e um desacato à opinião pública.