Alunos pediam para não serem mortos, diz sobrevivente de massacre no Rio Crédito: Vanderlei Almeida / AFP / CP |
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No momento que Wellington invadiu a escola, por volta das 8h, Jade e seus colegas realizavam uma prova de ciências, no segundo andar do prédio. O teste foi interrompido ao som de tiros e gritos desesperados nos corredores.
“Vieram duas meninas falando pra gente sair da sala e subir para o terceiro andar, senão ele ia matar a gente. Saiu um pisoteando o outro e, no terceiro andar, já tinha muita gente agonizando. Ele gritava: 'Vou matar vocês, vou matar vocês'. E as crianças gritavam: 'Não me mata, não me mata”, relatou Jade.
Também assustada, a mãe de Jade, Lúcia Ramos, contou a sensação de insegurança que ficou após a tragédia: “Por mim nem mandaria as crianças para a escola de novo”, desabafou ela, que mandou o irmão de Jade buscá-la Jade na escola assim que soube do ocorrido.
Pai relata “visão tenebrosa”
O pai de um aluno de 14 anos, Felipe Luiz, esteve no local e contou que foi “uma visão tenebrosa”. Morador da mesma rua da escola, afirmou que estava em casa quando ouviu os tiros e que, ao entrar na instituição de ensino, se deparou com uma cena de terror, chegando a sentir uma dor no estômago.
“Vi crianças baleadas, ensanguentadas. Não dá para explicar porque um sujeito vem até aqui e atira em crianças. Aqui é uma região tranquila. O colégio é bom e tem uma certa segurança”. Ele foi um dos primeiros a ajudar no socorro das vítimas. “Os bombeiros chegaram rápido e trabalharam muito bem”, elogiou.