22 maio 2011

De virada, Corinthians derrota o Grêmio no Estádio Olímpico

Chicão comemora após marcar de pênalti no Olímpico
(Foto: Roberto Vinicíus / Agência Estado)
Ambos tentavam apagar na tarde deste domingo as más lembranças remanescentes do fim de semana anterior, quando foram derrotados nas decisões estaduais. Mas apenas o vice-campeão paulista conseguiu. No Estádio Olímpico, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, o Corinthians venceu de virada o Grêmio - vice gaúcho - por 2 a 1, gols de Douglas para os tricolores, e Chicão e Liedson para os corintianos.
Na segunda rodada, as duas equipes voltam a jogar às 16h de domingo, contra os paranaenses da Primeira Divisão. Em Curitiba, o Grêmio visita o Atlético-PR; e em São Paulo o Corinthians recebe o Coritiba.
Duelo de táticas parecidas
Taticamente, foram duas equipes praticamente idênticas na distribuição dos jogadores. Renato Gaúcho e Tite optaram pelo 4-4-2 com meio-campo reproduzindo o desenho de um losango, o que proporcionou um confronto tático com quatro duelos pessoais: Fábio Rochemback x Morais, Ralf x Douglas, Ramírez x Adilson, e Lúcio x Paulinho - embora a marcação do camisa 11 gremista tenha ficado sob incumbência do lateral Alessandro.
Houve, neste contexto, muito equilíbrio nos enfrentamentos. Nem Grêmio nem Corinthians conquistavam espaços no campo inimigo. Victor e Julio Cesar sequer sujaram seus uniformes. Para assustá-los, sem infiltrações, as duas equipes arriscavam apenas chutes furtivos de média distância, ou então investiam nos cruzamentos - principalmente em faltas e escanteios.
Ainda no primeiro tempo, duas alterações táticas foram provocadas por uma lesão. Rodolfo torceu o tornozelo esquerdo, e foi substituído por Escudero. No Grêmio, Neuton entrou na zaga, Lúcio foi para a lateral e Escudero ingressou no meio-campo. Imediatamente, Tite inverteu seus apoiadores, passando Paulinho para a esquerda, e Ramírez à direita - postura momentânea, desfeita no segundo tempo.
Pênaltis e virada
Faltava uma vitória pessoal, um improviso, algo fora do roteiro quase matemático proposto pelas duas equipes. E este papel coube primeiro ao jovem Leandro. Com 18 anos recém-comemorados, o atacante disparou aos 12 minutos da etapa final, parando apenas ao esbarrar em Leandro Castán, dentro da área corintiana.
Nielson Nogueira Dias apontou pênalti, e na cobrança Douglas marcou: 1 a 0 para o Grêmio. Mas o empate não tardou. Oito minutos depois - já com Danilo em lugar de Morais -, foi o veterano Liedson quem buscou o drible, e desta vez o árbitro viu infração de Lúcio. Outro pênalti, convertido por Chicão. Na saída de campo, Lúcio disse que fez pênalti.
- O jogador tem de admitir quando erra - comentou.
Depois do empate, Danilo quebrou um pouco daquela monotonia entre as intermediárias, movimentando-se com interesse, buscando e criando espaços. Esta participação ganha destaque principalmente porque contribuiu para a virada corintiana: aos 29, após cobrança de lateral - como acontecera na derrota para o Inter que custou a perda do título estadual - o meia egresso da reserva cabeceou para trás, e, de voleio, Liedson decretou a vitória dos visitantes, interrompendo um ciclo de escassez de gols que, na segunda-feira, completaria um mês.

Sobrevivente de acidente que matou 29 no feriadão de carnaval recebe alta

Maria Teresinha se recupera do trauma em Guia Lopes
Foto:Wagner Machado / Agencia RBS
Uma semana após sair do hospital em Passo Fundo, Maria Teresinha da Silva, 47 anos, lembra pouco do acidente de ônibus que matou 29 gaúchos no feriadão de carnaval, no oeste catarinense. Junto aos dois filhos, ela se recupera do trauma com a mãe em Guia Lopes, interior de Santa Rosa, no noroeste do Rio Grande do Sul.
Ao todo, apenas 13 pessoas sobreviveram, e Maria é a última ferida a receber alta. As memórias da vítima se limitam ao momento do embarque no ônibus que levaria os integrantes do time de bolão da Linha Salto, para uma confraternização no Paraná.
Ela não lembra do trajeto anterior ao choque com o caminhão e das conversas do grupo até o trágico momento na cidade de Descanso, em Santa Catarina. A sobrevivente não sabe se a memória falha pelo trauma, pelo remédio que tomou para dormir ou pelo coma.
Além de muitos conhecidos, Maria perdeu o marido João Marcelo da Silva, pedreiro de 44 anos. Depois de 67 dias no hospital São Vicente de Paulo, Maria relata que quer recomeçar.
— Recordo que embarcamos para mais uma viagem, sentamos nos dois últimos bancos do ônibus, no lado do motorista. Tomei um remédio para dormir e acordei no hospital.

Santos e Inter, sem nenhuma inspiração, ficam no 1 a 1 na Vila

Oscar, do Inter, passa pela marcação do santista Rodrigo
Possebon
(Foto: Wander Roberto / Vipcomm)
Um jogo sem emoção, com movimentos previsíveis e times sem nenhuma inspiração. Uma ou outra jogada mais lúcida, como nos lances dos dois gols, e só. Santos e Internacional estrearam no Brasileirão 2011 de forma enfadonha. O Peixe, sem nenhum titular em campo, atuou como se fosse visitante, aguardando algum vacilo vermelho para tentar surpreender. O Inter, por sua vez, tinha a bola, esteve melhor distribuído em campo, mas não conseguiu superar o expressinho santista. Resultado: um 1 a 1 sem muita graça. O Peixe, ao menos, conseguiu manter a escrita: jamais perdeu para gaúchos na Vila, em Campeonatos Brasileiros.
O Santos entrou em campo com um time tão reserva que nem Muricy Ramalho estava no banco. Gripado, ele não foi à Vila Belmiro comandar o expressinho que armou para poupar os titulares, guardados para as semifinais da Taça Libertadores. O auxiliar Marcelo Martelotte ficou à beira do campo. O Inter, não. Fora da competição continental - foi eliminado nas oitavas de final - o Colorado mandou a campo o melhor time possível. D’Alessandro, Andrezinho e Nei, machucados, não puderam estar na Vila Belmiro. O restante da equipe é o mesmo que o torcedor colorado está acostumado a ver.
Mais qualificada tecnicamente, a equipe gaúcha manteve a bola sob o seu comando durante a maior parte do primeiro tempo. Um meio de campo consistente, formado por Guiñazu, Bolatti, Tinga e Oscar, trocava passes certos, tentando aprofundar jogadas para Zé Roberto e Leandro Damião. A princípio, a bola não chegava, pois a marcação santista esteve atenta. Isso acabou tornando o jogo um tanto quanto monótono. O Santos, retraído e desentrosado, tentava explorar algum erro do Internacional. Apesar de escalado com três zagueiros (Bruno Aguiar, Vinícius e Bruno Rodrigo), o Peixe não jogava no 3-5-2, mas num 4-4-2 como o rival, com Bruno Aguiar caindo pela direita, mas apenas marcando, e Alex Sandro na lateral esquerda, saindo só na boa.