25 julho 2010

Jovem é morto em saída de boate em Cruz Alta

Rafael da Silva Pereira, 18 anos, foi morto na madrugada de domingo, próximo a uma boate, em Cruz Alta, no noroeste do Estado. O rapaz teria se desentendido com outro jovem, por volta das 4h50min, na saída do estabelecimento.
Pereira teria ferido com um canivete Junior Nascimento Oliveira de Andrade, 22 anos, que revidou com dois tiros. Pereira foi atingido no pescoço e no abdômen.
Andrade foi localizado pela Brigada Militar quando procurava atendimento médico em um posto de saúde. Ele foi preso em flagrante por homicídio. Os motivos e as circunstâncias do crime estão sendo investigadas.

Com time misto, Inter vence o Flamengo no Beira-Rio

O Inter venceu o Flamengo por 1 a 0, na tarde deste domingo, pela 11ª rodada do Brasileirão 2010. A partida foi disputada no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.
Com o resultado, o Inter permanece no G-4 da competição nacional. Agora, a equipe comandada pelo técnico Celso Roth soma 19 pontos, e deixa o próprio Flamengo para trás, com 16.
Taison marcou o gol da vitória colorada. Priorizando a Copa Libertadores, Roth escalou apenas quatro titulares das últimas partidas - Índio, Guiñazu, Taison e Tinga.
O velho Taison
Com time misto, o destaque do Inter foi a reestreia dupla, do goleiro Renan e do atacante Rafael Sobis. Mas outro jogador acabou roubando a cena dos reforços recentes do Inter.
Taison, atuando como meia-esquerda, venceu praticamente todas as jogadas individuais que tentou. Desta forma, atraiu as atenções dos demais companheiros, recebendo passes e lançamentos.
Logo aos 4min, Taison arriscou de longe e acertou o ângulo esquerdo: Inter 1 x 0 Flamengo - lembrando os gols que marcou no início da temporada passada. O camisa 7 seguiu criando as melhores oportunidades, e foi o melhor em campo de uma etapa inicial controlada pelos donos da casa.
De lado a outro
No intervalo, o técnico Rogério Lourenço abriu mão de Rômulo, que fazia o papel do terceiro zagueiro, colocando um meia ofensivo. E, no 4-4-2, o Flamengo partiu para cima.
Mas a insistência carioca abriu espaços no campo rubro-negro, bem aproveitados em contra-ataques pelo Inter. Esta alternância imprimiu velocidade à partida, com bons lances nas duas áreas.
Renan salvou o Inter duas vezes; Taison acertou a trave. Mas, apesar do jogo aberto, o placar se manteve em 1 a 0 para o Inter até o final.
Próximos jogos
O Inter volta a jogar pelo Brasileirão no próximo domingo. Será no dia 1º de agosto, contra o Grêmio. O clássico Gre-Nal da 12ª rodada do Brasileirão está marcado para as 16h, no Estádio Beira-Rio.
Antes disso, o Inter volta-se à disputa da Copa Libertadores 2010. Nesta quarta-feira, dia 28 de julho, o Beira-Rio sedia a abertura da semifinal da competição, contra o São Paulo, às 21h50min.

Grêmio cede empate para o Cruzeiro em Sete Lagoas

O Grêmio jogou melhor, esteve duas vezes na frente do placar, mas acabou empatando em 2 a 2 com o Cruzeiro na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, na tarde deste domingo. Jonas e Borges marcaram os gols gremistas, enquanto Henrique fez os dois dos mineiros.
O técnico Silas organizou a equipe com três zagueiros para esta partida, no esquema 3-5-2. As principais mudanças foram nas alas: Hugo na esquerda e Maylson na direita.
O jogo
Os primeiros 20 minutos da partida foram do Grêmio. A mudança tática de Silas surgia efeito e a equipe parecia jogar em casa, projetava no ataque. Por outro lado, faltava efetividade. Logo nos primeiros instantes, Maylson e Jonas haviam arriscado de fora da área, mas sem perigo.
Aos poucos, os donos da casa equilibravam a partida, mas também tinham dificuldades em concluir a gol. Aos 22, Robert bateu pelo lado direito da grande área, e a bola saiu pela linha de fundo, sem grande perigo.
Em seguida, Silas teve um problema: Fábio Rochemback sentiu a coxa e pediu para ser substituído. Ferdinando entrou na partida.
Aos 27, o Grêmio desperdiçou chance incrível, em jogada dos novos alas. Hugo cruzou da ponta esquerda, Maylson fechou na área, mas bateu de chapa por cima do gol.
A partida perdia em qualidade, com chances escassas para ambos os lados. Mesmo assim, era o Grêmio quem sempre pressionava mais. Quando o jogo parecia que iria empatado para o intervalo, Borges apareceu na partida. Jonas cruzou à meia altura da ponta direita e o centroavante se antecipou ao goleiro Fábio para testar para as redes – 1 a 0.
Segundo tempo
O técnico Cuca mudou o esquema do Cruzeiro para o segundo tempo. Colocou o jovem atacante Sebá no lugar de Rômulo. Deu certo, e o time chegou ao empate no primeiro minuto. Após cruzamento da esquerda, Henrique subiu entre dois defensores e desviou para as redes.
Foi só uma pressão inicial e o Tricolor voltou a ser melhor. Aos 11 minutos, Borges entrou pelo lado esquerdo da grande área e bateu cruzado, alto sobre o gol do Fábio. Pouco depois, Rafael Marques foi substituído por William Magrão e o esquema voltou para o 4-4-2.

Fiorentino Cassol, uma vida dedicada ao campo

Os olhos azuis de Fiorentino Cassol, 82 anos, percorrem a propriedade de 60 hectares às margens da Barragem do Passo Real, no município de Quinze de Novembro, interior do Rio Grande do Sul. Há 58 anos, ele, a mulher, Rosa Tereza, e a primogênita, Noêmia, com apenas quatro meses, pisaram pela primeira vez na localidade de Sede Aurora. Eles tiveram que deixar Novo Treviso, na cidade da Faxinal do Soturno, região da Quarta Colônia da Imigração Italiana. “A minha família era grande, éramos em 14 irmãos; quando meu irmão casou, não havia lugar para todos na casa dos meus pais”, lembra Fiorentino.
A viagem de 200 km foi feita em um caminhão. Para começar a vida, a família trazia um armário, uma cama e uma mesa de madeira. Com os 40 Cruzeiros emprestados por Ernesto Cassol, o irmão que trabalhava em um banco, compraram 48 hectares de terra, onde começaram a cultivar trigo, milho, cana-de-açúcar, mandioca e outras variedades para subsistência.
A família cresceu, vieram mais sete filhos. Todos ajudavam na roça. As melodias italianas cantadas por Fiorentino acompanhavam as longas jornadas de trabalho e são uma das lembranças mais fortes que os filhos guardam daquele tempo difícil.
Em 1962, a família aumentou a propriedade e passou a se dedicar ao cultivo do fumo de estufa, vendido para indústrias de Venâncio Aires e Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. As folhas ficavam de três a quatro dias secando e era preciso que, a cada 2 horas, alguém monitorasse o fogo. Esse trabalho não podia ser interrompido à noite, o que custou muitas horas de sono dos colonos. “Bota judiaria”, comenta Fiorentino.
O inverno de 1965 foi marcado por uma grande nevasca na região. Com medo de perder as mudas de fumo, a família Cassol removeu a neve que se acumulou em cima da estufa. O esforço valeu a pena e aquele ano rendeu 365 arrobas. “Foi o ano que mais lucramos com a cultura, pois quase ninguém tinha mudas”, conta Renato, um dos filhos de Fiorentino.
O período do final dos anos 60 ao início dos anos 70 foi marcado por grandes mudanças no campo. Foi nessa fase que surgiu a Operação Tatu, uma iniciativa da Emater/RS, que consistia em programas de orientação para recuperação do solo através da correção da acidez e da adubação. A eletricidade chegou em 1969, mesmo ano em que inundaram boa parte da região para a construção da Barragem do Passo Real. A mecanização na propriedade começou em 1972, quando foi comprado o primeiro trator. Essas melhorias tornaram possível a expansão da lavoura e a introdução da cultura da soja. Nos anos 80, três vacas vindas do Uruguai deram início à atividade da pecuária leiteira. O plantio direto é realizado desde 1995, e a soja transgênica é plantada desde 2005.
Atualmente, três pessoas cuidam da propriedade. Flávio, filho mais novo de Fiorentino, a mulher dele, Inês, e um funcionário. A criação de porcos, o cultivo de soja e a produção de leite são as fontes de renda da propriedade. Todos os produtos já têm destino certo. Os 550 litros de leite produzidos diariamente pelas 24 vacas vão para a Cooperativa Santa Clara. Os 500 suínos são criados em parceria com a empresa Alibem, que fornece os insumos. As 1.800 sacas de soja anuais são destinadas para a Cotribá (Cooperativa Agrícola Mista General Osório), sediada na cidade vizinha de Ibirubá.
Fiorentino Cassol é associado à Cotribá desde 1961, e orgulha-se de ser um dos cooperados mais antigos. “Tem gente que desvia uma parte da produção; eu nunca desviei. Em todos esses anos, sempre entreguei todo o produto”, garante. Para ele, a presença da cooperativa na região trouxe muitos benefícios para os colonos, garantindo assistência técnica, armazenagem e insumos aos produtores.
“Nunca tirei a vocação dos meus filhos”, conta Fiorentino. Os oito filhos estudaram, formaram-se e foram embora. Renato, hoje veterinário, afirma que a família tinha visão de que as terras eram escassas para o sustento e tantas pessoas e, por isso, precisavam estudar.
Apesar de muitos terem deixado a vida na roça para trás, a propriedade continua sendo o ponto de encontro onde Fiorentino Cassol reúne a família para os almoços de domingo.