25 dezembro 2011

Chuva de 20mm na região Noroeste anima agricultores

Presente para os agricultores do noroeste gaúcho
Presente para os agricultores do noroeste gaúcho. Às vésperas do Natal, os agricultores da região comemoram a média de 20mm de precipitação e a possibilidade de salvar as lavouras de soja.
No cultivo do milho, as perdas já são de 30% no noroeste. No entanto, a chuva do final de semana não poderá mais reverter o prejuízo. Se chover nos próximos dias, é possível que a soja ainda seja recuperada. Mas é preciso que o volume seja significativo e bem distribuído.
Nos 45 municípios das regiões Noroeste e Missões, foram cultivados 158,5 mil hectares de milho, com expectativa inicial de 4.300 kg/ha, e 652,6mil hectares de soja, podendo ser colhidos 2.400kg ha.

Aposta de Juiz de Fora leva prêmio da Mega-Sena

Ganhador levará sozinho bolada de pouco mais de R$ 7 milhões
Um mineiro de Juiz de Fora acertou sozinho as seis dezenas do concurso 1349 da Mega-Sena, realizado neste sábado, em Janaúba, Minas Gerais. A aposta vencedora renderá um prêmio de pouco mais de R$ 7 milhões. As dezenas sorteadas foram 09, 19, 20, 50, 51 e 60.
De acordo com a Caixa Econômica Federal, 168 apostadores acertaram a quina e cada um levará a quantia de R$ 9.132,18. Outros 7.012 vão levar o prêmio da quadra, que fechou em R$ 312,56.
Mega da Virada corre no próximo sábado
O próximo concurso da Mega-Sena será a esperada Mega da Virada e a estimativa do prêmio, a ser sorteado na noite de 31 de dezembro, é de R$ 170 milhões. O prêmio não irá acumular e se não houver ganhador das seis dezenas, a bolada será dividida entre os que acertarem cinco números.

Beleza Interior: o melhor assador do Rio Grande

Com Dom Pedro I, mas às margens do Rio Pelotas, Chico ergue 
sua obra-prima: a costela em espeto de pau / Foto: Tadeu Vilani
Honrando o fio do bigode grisalho, Chico Fialho faz coisas que ninguém espera.
Descarna um boi inteiro e estende o animal em varal a céu aberto como obra de arte. O bicho desventrado é um quadro expressionista na moldura do pampa.
Sua manta de charque impressiona todo açougueiro: o lanho preciso, cirúrgico, de quem conhece cada encaixe do osso do rebanho.
Francisco Fialho, 79 anos, natural de Vacaria, tornou- se uma lenda de Lagoa Vermelha, cidade de 28 mil habitantes, a 314 quilômetros de Porto Alegre.
Já assou para 4 mil pessoas, abriu mais de 6 mil cabeças de gado, já foi tricampeão da Festa Nacional do Churrasco, montou uma das mais saborosas linguiças campeiras da região.
– Churrasco ou morte! – grita o paladino, vestido a caráter, em cima do cavalo, imitando Dom Pedro I, com a mudança de cenário do Rio Ipiranga para o Rio Pelotas.
De boina, estojo de 40 facas e botas de couro, Chico é o sonho de casamento da salada de maionese. Dispensa ajuda para reger a fumaça da chaminé.
Nos anos 50, ao lado de Celso Teles, criou o corte alongado da carne, retangular, que abrasa de modo uniforme.
Uma invenção tão importante quanto a térmica para o chimarrão.
– É uma oposição ao churrasco tradicional de pedaços, onde a carne fica solta e irregular.
Espetamos maminha e alcatra tudo junto – explica Fialho.
Ele fecha o corpo do assado igual a um chef selando o filé. Quatro centímetros de espessura, sem abrir durante o cozimento, para gerar o transbordante suco somente na hora de comer. A incisão na costela é vertical, de cima para baixo, em vez do costume horizontal das churrascarias.
Chico tem rituais quase religiosos. Ele usa exclusivamente lenha e espeto de pau (o de ferro aquece a carne por dentro mais do que deveria), e recusa conservantes (“Quero picanha com idade honesta. Como eu, que não pinto o cabelo”).
Sua mais veemente loucura é conversar com o fogo. Escuta o crepitar tal nuances de uma voz.
– O fogo manda e eu obedeço. Diferencio os estalos, eles me avisam do andamento dos espetos. Vi fogo pedir socorro e churrasqueiro nem acudir.
A temperatura dos tijolos, bem como sua cor, também revela a qualidade da churrascada. Uma de suas regras é não beber.
Considera a embriaguez do assador o principal motivo do sabor emborrachado da refeição.
– Não tomo bira naquele momento, não existe como servir dois senhores ao mesmo tempo.
Chico é sério, compenetrado, profissional, desaparece na boca das brasas. Ele controla a altura do fogo com pá de terra.
– A terra é minha parceira, amansa a labareda e não agride como a água ou o vento – diz.
Sábio em seu ofício, recomenda um decálogo para prevenir tragédias gustativas: 
1) Não abane o carvão com papel, é uma demonstração clara de desespero.
Foto: Tadeu Vilani
2) Evite avental, fogo não gosta de babá.
3) Não tente atalhos, afobar o serviço, atender ao atraso de uma visita. Chama é como mulher. Quanto mais apressa, mais ela se atrapalha para sair.
4) Churrasco é igual a paella.
Pontual, não se disfarça madureza.
5) A carne deve começar a assar pelo lado do osso, não pela gordura. A gordura é o grande final artístico, responsável pelo acabamento.
6) Não vire a carne de um lado para o outro, churrasqueira não é pebolim.
7) Não é melhor salgar demais do que não salgar. Os dois jeitos estragam o churrasco.
8) Com pedaço excessivamente grosso, a carne ficará crua.
9) Bem passado e malpassado acontecem ao mesmo tempo quando o churrasco dá certo.
10) O silêncio de quem come é sinal de satisfação. Só o gemido supera a quietude.
O único mandamento que ele admite quebrar é o décimo. Chico ama elogio escandaloso.
– O churrasqueiro é sempre o mais carente da família, e que a bajulação siga de preferência pela semana, até o próximo churrasco.