17 janeiro 2011

Entidades socorrem animais afetados pela chuva no RJ

Em Teresópolis, um cachorro não se afastou
por três dias do túmulo onde foi enterrada
sua dona
Associações e veterinários lançaram uma campanha para salvar os animais vítimas da tragédia que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro, onde morreram mais de 600 pessoas. Uma equipe com especialiastas em resgates deste tipo veio da Costa Rica para socorrer cachorros, gatos, cavalos e até animais silvestres, segundo a veterinária Margarida de Oliveira. 
Ela prevê montar um hospital de campanha na região a partir desta segunda-feira. “Não pensávamos que receberíamos tanta solidariedade. Tenho três toneladas de ração animal em minha casa, pensava em ir de carro para a Serra do Rio, mas agora preciso de um caminhão", contou a veterinária paulista. Margarida percorre todos os anos os povoados mais pobres da Amazônia e regiões remotas para atender os animais necessitados.
Especialistas da Sociedade Mundial para a Proteção Animal (WSPA) coordenam a ação na Serra do Rio, como já fizeram no Haiti depois do terremoto. "Em um ano, depois do terremoto, foram atendidos e tratados no Haiti mais de 50 mil animais", explicou Solange Ribeiro, coordenadora da WSPA e que organiza a campanha na cidade do Rio de Janeiro.

"Temos informações de que há muitos animais em situação deplorável, brigando por comida, com fraturas, abandonados, pois mesmo seus donos não podem cuidar deles. Sabemos que a prioridade da tragédia é salvar vidas humanas, mas os animais são nossos melhores amigos, eles não nos abandonariam e nós não vamos abandoná-los", enfatizou.
Em meio à devastação da região serrana, uma imagem comoveu o País este fim de semana: um cachorro chamado Leão ficou desde sexta-feira ao lado do túmulo onde foi enterrada sua dona, num cemitério de Teresópolis. O animal foi resgatado hoje.

Marquinhos é o novo preparador de goleiros do Inter

Marquinhos é o novo preparador de goleiros 
do Inter 
Como foi antecipado pelo site Correio do Povo no dia 8 de janeiro, o ex-goleiro Clemer não seguirá no comando da preparação física dos arqueiros em 2011. A partir desta temporada, Marco Antônio Trocour, o Marquinhos, assumirá a função. Ele começa a partir da próxima quinta-feira, data em que o grupo principal colorado se reapresenta e data de sua apresentação oficial. Em entrevista ao site do Correio do Povo, o vice de futebol do Inter, Roberto Siegmann, revelou que Clemer passará a coordenar Escola de Goleiros no Beira-Rio. 
Marquinhos já teve passagens pelo Inter como jogador, em 1990, e como preparador de goleiros, de 94 a 2001. Foi, inclusive, campeão gaúcho em 1994 e 1997. Ele estava desde 2006 trabalhando no Japão. Seu último clube foi o Gamba Osaka, time pelo qual conquistou o título da Copa da Ásia em 2008. 
• Histórico
Como atleta:
82 a 89: Novo Hambugo, 90: Inter, 91: Novo Hamburgo e 92 e 93: Náutico
Como preparador de goleiros:
94: XV de Novembro-RS, 94 a 2001: Inter, 2002 a 2003: Cerezo Osaka (Japão), 2004: Galatasaray (Turquia), 2004: Goiás, 2005: Botafogo, 2005: Flamengo e 2006 a 2010: Gamba Osaka (Japão)

Idosa morre e três pessoas ficam feridas na colisão entre caminhão e carro em Cruz Alta

Confira os acidentes com morte
 em 2011 e em 2010 no RS:
A colisão entre um caminhão e um carro no final da manhã de hoje deixou um morto e três feridos na BR-158, em um dos acesso ao município de Cruz Alta.
Segundo a polícia, o caminhão estava atravessando um trevo quando bateu na lateral do outro veículo, que trafegava no sentido Panambi/Cruz Alta.
Quatro ocupantes do carro, todos do Paraná, foram levados para hospitais. A idosa Aurea Escotta Schlosser, de 82 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu esta tarde no Hospital Santa Lúcia.
Os demais feridos estão internados em estado regular no Hospital São Vicente de Paulo.

Integrante do PCC é preso em Venâncio Aires após troca de tiros com a BM

Grupo estaria planejando ação criminosa 
Um integrante da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) foi preso na madrugada desse sábado, depois de um tiroteio, em Venâncio Aires. A sua captura, no entanto, só foi confirmada nesta segunda-feira pelo responsável pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale (CRPO) do Rio Pardo, da Brigada Militar (BM), coronel Edson Luiz Chaves Brendler. O homem já havia sido preso  em 1º de setembro de 2006 pela Polícia Federal com outros 21 membros de uma quadrilha que planejava um assalto em Porto Alegre. O grupo escavou um túnel na rua Caldas Júnior, que chegaria ao Banrisul ou à Caixa Econômica Federal, no Centro da Capital.
O paulista foi preso pela BM em frente ao Instituto Penal de Mariante (IPM), no km 68 da RST 287. Com ele, foi apreendida uma pistola calibre 9 mm, com carregador e 14 munições. Três apenados do IPM também foram detidos.
O 23º BPM realizou uma operação em um restaurante e uma pousada que fica em frente à casa prisional. Cerca de dez policiais militares em quatro viaturas se depararam com um grupo suspeito formado por mais de dez criminosos, que efetuaram cerca de 30 disparos contra o efetivo. Durante o confronto, o homem foi baleado na coxa. Ele deveria estar cumprindo pena em prisão domiciliar. Os três apenados do semiaberto presos na ação também não podiam estar no local naquele horário. O restante do bando, fortemente armado, conseguiu escapar apesar do cerco policial.

O comandante do CRPO do Vale do Rio Pardo informou que, além da pistola, foram apreendidas duas mochilas contendo roupas, mantimentos e energéticos, além de R$ 125 em dinheiro, 150 gramas de maconha, dez celulares, um touca e uma faca. Segundo o coronel Brendler, os bandidos planejavam um ataque de grandes proporções, como um roubo a banco ou carro-forte.
Ainda na tarde de sábado surgiu a possibilidade de resgate do criminoso baleado que estava internado no Hospital São Sebastião Mártir, em Venâncio Aires, sendo o policiamento reforçado no local até que ele fosse transferido, sob forte escolta da BM, ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.
Para o delegado José Antônio Dornelles, que comanda a Delegacia Regional Executiva da Polícia Federal, a captura de um dos integrantes do PCC não é uma surpresa. “Muitos ainda podem estar por aqui”, não descartou ele, lembrando que todos sumiram ao progredirem para o semiaberto.
Dornelles retornou da Argentina, onde deixou informações, incluindo fotos, sobre o caso do túnel do PCC em Porto Alegre, em poder dos colegas argentinos e agentes da Interpol. A intenção é ajudar nas investigações do assalto, com as mesmas características, a um banco em Buenos Aires, ocorrido entre o Natal e o Ano Novo. De acordo com ele, a Polícia Federal não atuará diretamente no caso. No entanto, as ações da PF dentro do território brasileiro, relativas ao PCC, permanecem ativas e podem ou não confirmar, no futuro, se a facção está ou não por trás daquele ataque no país vizinho.

Gêmeas que nasceram ligadas pelo abdômen morrem em Porto Alegre

As duas dividiam vários órgãos
Viviane e Vitória, que haviam nascido sábado, faleceram na madrugada de ontem no Hospital da Criança. Filhas de um casal três-maiense, a avó das meninas havia contado em entrevista a Rádio Colonial que o caso era complexo, pois elas dividiam vários órgãos como coração e fígado. 
Os médicos estavam estudando melhor a situação das irmãs para saber se haveria a possibilidade de realizar uma cirurgia para separá-las.
Entenda o que são os gêmeos xipófagos
Os gêmeos xifópagos, ou siameses, são monozigóticos, ou seja, formados a partir do mesmo zigoto. Porém, nesse caso, o disco embrionário não chega a se dividir por completo, produzindo gêmeos que estarão ligados por uma parte do corpo, ou têm uma parte do corpo comum aos dois. O embrião de gêmeos xifópagos é, então, constituído de apenas uma massa celular, sendo desenvolvido na mesma placenta, com o mesmo saco aminiótico. Estima-se que dentre 40 gestações gemelares monozigóticas, uma resulta em gêmeos interligados por não separação completa. Num outro tipo de gêmeos xifópagos (hoje sabidamente mais comum) a união acontece depois, ou seja, são gêmeos idênticos separados que se unem em alguma fase da gestação por partes semelhantes: cabeça com cabeça; abdômen com abdômen; nádegas com nádegas, etc. Quando vemos alguma notícia de gêmeos que foram "separados" por cirurgia, trata-se, quase sempre, de um caso destes. O termo "siameses" originou-se de uma famosa ocorrência registrada desse fenômeno: os gêmeos Chang e Eng, que nasceram no Sião, atual Tailândia, em 1811, colados pelo ombro. Eles casaram, tiveram 22 filhos e permaneceram unidos até o fim de seus dias, tendo falecido com um intervalo de 3 horas um do outro.

Governo decreta luto e libera FGTS para vítimas da chuva

Governo decreta luto e libera FGTS para 
vítimas da chuva
O governo federal publicou nesta segunda-feira no Diário Oficial da União o decreto que autoriza o saque nas contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) às vítimas das chuvas nos municípios em estado de calamidade pública. O valor será limitado a R$ 5,4 mil "desde que o intervalo entre uma movimentação e outra não seja inferior a doze meses".
Em outro decreto, a presidente Dilma Rousseff (PT) declara a partir de hoje luto oficial por três dias, em sinal de pesar pelas vítimas dos recentes desastres naturais ocorridos no País.
Região serrana do Rio já tem 641 mortos por causa das chuvas
As chuvas que castigaram a região serrana fluminense nos últimos dias já deixaram 641 mortos em cinco municípios. Segundo informações da Polícia Civil, o maior número de mortes foi registrado em Nova Friburgo: 292 vítimas.
Teresópolis tem, até o momento, 271 mortos e Petrópolis, 55 vítimas, todas no distrito de Itaipava. Outras corpos foram resgatados em Sumidouro (19) e São José do Vale do Rio Preto (quatro).

Sistemas de alerta eficientes podem evitar tragédias, afirmam especialistas

Sistemas de alerta eficientes podem evitar 
tragédias, afirmam especialistas
Especialistas advertem que a falta de planejamento urbano e ocupação de encostas levam à tendência de repetição do que houve na região serrana do Rio de Janeiro a outras áreas do Brasil. Para eles, o ideal é implementar sistemas de alerta para a população, recomendando a desocupação de áreas arriscadas, além do planejamento urbano de longo prazo. Segundo os especialistas, um exemplo é o adotado em países onde há ocorrências sísmicas e vulcânicas, como o Chile e Japão.
“A prevenção aqui tem que ser semelhante à de terremotos no Chile e à de vulcões no Japão”, afirmou o geólogo Marcelo Motta, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). “É preciso que haja continuidade nos planos de mapeamento de risco, remoção das pessoas que vivem em áreas perigosas, planejamento da ocupação urbana e execução desse planejamento.”
Sem tudo isso, outras áreas de risco em todo o país – como encostas de solo raso sobre grandes blocos rochosos, sem rede de esgoto e galerias pluviais – podem sofrer, em verões futuros, o sofrido nos últimos anos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Motta, que participa das vistorias das regiões afetadas pela chuva recente na serra fluminense, diz que há populações vivendo em áreas perigosas nas áreas sul, centro e norte da região serrana do Rio.
“[As áreas montanhosas] são como uma manteiga derretida. São perigosas, mesmo com florestas. Em áreas assim, não adianta dizer ‘moro aqui há 40 anos e nunca aconteceu nada’, porque o perigo existe”, disse Motta.
Em seguida, o geólogo Antonio Guerra, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que também fez estudos na serra fluminense, alertou que a impressão é que se repete “a mesma fita [de tragédias] todos os anos”. “Mas falta vontade política para colocar em prática os conhecimentos da academia”, completou.
Guerra disse que não é necessário remover a população de todas as encostas do país. Mas, a partir do mapeamento feito nos municípios, é preciso tirar as pessoas das áreas consideradas de alto risco. Segundo ele, essas áreas têm “solo de pouca profundidade, em cima de blocos rochosos [que podem deslizar]. E muitas dessas encostas não têm galerias pluviais e rede de esgoto”. Ou seja, a água de uso humano é depositada no próprio solo, que depois fica saturado com as chuvas. Nesse cenário, o deslizamento é quase certo.
O diretor do Coppe-RJ (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa, defendeu a criação de sistemas de alerta para avisar populações em áreas de enxurradas.
Pinguelli disse que o ideal é adotar alertas sonoros, conectados por fiação própria, que avisariam os habitantes para a iminência de temporais e deslizamentos. “Isso não é feito da noite para o dia, mas tem que começar. E é preciso aliar isso à detecção de temporais, com mais radares meteorológicos”, diz o diretor do Coppe, instituição que sugeriu formas de prevenção de desastres em Santa Catarina após as enchentes de 2008.
Mas o sistema de alerta, por si só, não resolveria o problema em zonas de alto risco, opina ele. “Para construções em encostas, não há alerta que resolva. Essas construções são derivadas da cultura brasileira de que ‘comigo nunca vai acontecer nada’.”
Guerra, que fez um projeto piloto de alerta para um bairro de Petrópolis, sob encomenda estatal, estima que alertas adaptados às necessidades de cada município custariam cerca de R$ 1 milhão, por meio de convênios com universidades, e poderiam ser preparados em até dois anos. “É um custo muito menor do que o das verbas liberadas para o atendimento de emergência.”
Apesar de alguns dos municípios serranos fluminenses terem planos de identificação de risco desde 2007, as imagens da tragédia mostravam “a ocupação humana em áreas de escoamento”, diz Elson Antonio do Nascimento, professor de engenharia civil da Universidade Federal Fluminense (UFF) que trabalha com planos de áreas de risco e encostas.
Porém, Nascimento advertiu que não vê mobilização estratégica, de longo prazo. “Os municípios têm planos municipais, mas não os implementam. As iniciativas se diluem”, ressaltou. Para Pinguelli Rosa, “muitas vezes os moradores não são avisados de que um plano identificou que eles estão em área de risco. É preciso fazer as informações chegarem à população”.

Temporal em Buenos Aires causa a morte de duas pessoas

Jornal argentino destaca os prejuízos 
do temporal
O temporal que afetou a região da capital argentina, Buenos Aires, provocou a morte de duas pessoas neste domingo. Segundo informações do jornal argentino Clarín, em Rosário um homem morreu quando uma árvore caiu sobre a caminhonete em que estava e, na cidade de Berisso, uma pessoa perdeu a vida eletrocutado.
O temporal teve rajadas de vento de mais de 85km/h. Em algumas regiões, houve queda de granizo. O temporal provocou a queda de mais de 30 árvores e alagamentos em vários bairros.

Prefeituras de leste a oeste do Estado ameaçam se rebelar contra Corsan

Santa Maria sofre com frequentes rompimentos 
na rede de encanamentos
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) começa o ano sob fogo cerrado. Prefeituras da Grande Porto Alegre, da Região Central e da Fronteira ameaçam não renovar contratos e partir para decisões radicais, como a municipalização ou até a privatização dos serviços de água e esgoto. Tudo porque estão descontentes com o trabalho da estatal.
Uruguaiana, na Fronteira Oeste, já rompeu o contrato e realizou licitação para prestação dos serviços. Venceu a construtora Odebrecht, mas a privatização ainda não está sacramentada porque entidades ligadas à engenharia sanitária contestam o processo licitatório. Enquanto a situação não se resolve, 91% da população permanece sem esgoto sanitário.
— Cada mês que passa, a Corsan nos leva R$ 1 milhão, mas isso vai acabar. O novo contrato com a iniciativa privada prevê redução de 14% na tarifa e fim do esgoto a céu aberto em cinco anos — diz o prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice.
Em Santa Maria, o prefeito Cezar Schirmer cogita municipalizar os serviços. A queixa dele é quanto ao fornecimento de água. A rede de encanamentos, com mais de 70 anos, rompe diariamente em 10 pontos:
— O pior é que abrem o buraco e não fecham. No ano passado, por quatro vezes, uma cratera de 20 metros de diâmetro foi aberta pela Corsan em frente à prefeitura, dias a fio — justifica o prefeito.

Uma conversa com um semeador da cultura gaúcha

O casal é missioneiro de Santo Ângelo
Faltou tempo para colocar todos os assuntos em dia. Mas o importante foi falado. Com um abraço, um aperto de mão e um chimarrão de erva boa, no final da manhã de sábado, fomos recebidos pelo casal João Ermelino de Mello e Carmen Beatriz Kraemer em sua casa, em Campo Grande, a capital do Mato Grosso do Sul.
O convite para a visita foi deixado por ele no site do Brasil de Bombachas, uma reportagem que conta a história dos gaúchos que povoaram as terras ao norte do Rio Uruguai. E que, 16 anos depois da sua publicação, está percorrendo os caminhos abertos pelos pioneiros para conversar com os seus filhos.
Por pouco, o encontro não acontece. Mello enviou o telefone para contato do seu escritório, que fica vazio no sábado. Eu não sabia. Então fiz várias ligações na esperança e ninguém atendia. Pensei que estivesse viajando. Ele também não havia respondido o e-mail que enviei confirmando o encontro com o número do meu celular. Chegamos nas proximidades de Campo Grande e o motorista Everton de Jesus perguntou:
— Daí meu? Vamos embora ou ficamos esperando?
Sem muita vontade, eu disse:

— Toca, vamos embora.
O fotógrafo Mauro Vieira acrescentou ao meu comentário:
— É uma pena. O encontro daria uma bela foto.
Segundos depois, tocou o celular. Era o Mello,  que havia aberto o e-mail naquele momento. Perguntou onde nós estávamos. Respondi que estávamos passando por Campo Grande e reclamei de que ninguém havia atendido o telefone. Ele responeu:
— Tchê, não é que na correria acabei colocando apenas o telefone do escritório, onde não há ninguém hoje. Me desculpa.
Respondi:
— Só se tiver um mate de erva boa.
Mello é um semeador de CTGs nas terras desbravadas pelos gaúchos. Missioneiro, de Santo Ângelo, em 1978, ele convenceu Carmen a soltar o conforto de um casa bem estrutura pela aventura de desbravar o Mato Grosso do Sul. Foram tempos difíceis.
Hoje, o casal tem três filhas. E gastam uma boa parte do tempo investindo na preservação dos laços culturais dos desbravadores e seus descendentes com o Rio Grande do Sul. As observações feitas vem revestidas do conhecimento da realidade local atualizada por ser ele um pessoa que circula todas as semanas pela região no exercício do seu ofício. O conteúdo completo da conversa fará parte de uma reportagem.
Mas a maior parte da conversa não foi uma entrevista. Foi como se estivéssemos ao redor do fogo de chão colocando os assuntos em dia. O casal é leitor da zerohora.com.
Deixando para trás um arroz carreteiro, com cheiro maravilhoso, por já termos marcado uma entrevista em São Gabriel do Oeste, a uns 150 quilômetros dali, nós seguimos a viagem rumo ao norte do Brasil. Um buenas e até mais, dito a maneira do gaúcho, foi a despedida.

Cruzeiro surpreende o Inter na estreia do Gauchão

Cruzeiro surpreende o Inter na estreia do
Gauchão
Apático e pouco produtivo, o Inter foi surpreendido pelo Cruzeiro na tarde deste domingo, no Complexo Esportivo da Ulbra, em Canoas. Bem postada dentro de campo, a equipe de Armando Desessards venceu o time B do Colorado por 1 a 0, com um gol do zagueiro Leo. O resultado coroou o retorno do time da Capital à Série A do Campeonato Gaúcho após 32 anos.
Equilíbrio é a tônica de Inter e Cruzeiro 
No seu retorno à Série A do Campeonato Gaúcho, o Cruzeiro começou bem o enfrentamento com o Inter. A equipe de Armando Desessards mostrou um toque de bola envolvente e se transformou num adversário difícil de ser batido pelos garotos do Inter B. Até os oito minutos do primeiro tempo, o Colorado ainda não tinha chegado no campo de ataque. Assistia ao domínio do time azul e branco.
A equipe vermelha acordou após um bom tabelamento entre os meias-atacantes colorados. Marquinhos entrou na grande área, cortou o zagueiro e bateu de chapa, mas o goleiro Fábio abafou a jogada. No rebote, o centroavante Guto deu uma meia-bicicleta e quase abriu o placar.
A resposta do Cruzeiro veio aos 14 minutos. Diego Torres escapou da marcação vermelha e bateu de fora da área. A bola viajou e passou muito perto do ângulo direito do goleiro Muriel. Na primeira metade da etapa inicial, os comandados de Desessards conseguiam manter a posse de bola e esperavam apenas pelo momento certo de atacar.
Aos 19, o Cruzeiro voltou a incomodar. Léo Maringá bateu uma falta da lateral direita que levou perigo ao gol do Inter. A bola pegou efeito, mas ninguém do ataque cruzeirense soube como aproveitar.
Mesmo animado, o Inter não conseguia pressionar. Esbarrava na boa marcação do meio-campo do Cruzeiro. Aos 26 minutos, apareceu a grande chance do Colorado na partida. Talles Cunha fez tabelamento com Guto, que, de letra, devolveu para o companheiro. O meia-atacante bateu de perna direita e a bola saiu mascada pela linha de fundo.
Apesar da insistência dos dois lados, o jogo permaneceu equilibrado até o final do primeiro tempo. Com poucas conclusões a gol, o Inter precisava de mais movimentação para abrir o placar em Canoas.
Apatia vermelha dá a vitória ao Cruzeiro
Como no início do jogo, a iniciativa no segundo tempo foi do Cruzeiro. A diferença para a primeira etapa foi a presença do zagueiro Leo. Logo aos quatro minutos de partida, o defensor escapou pela direita, entrou na grande área e bateu forte. A bola bateu no travessão e entrou no ângulo do goleiro Muriel sem qualquer chance de defesa.
Até os 15 minutos de partida, os comandados de Enderson Moreira não conseguiram responder com chances reais de gol. Guto estava completamente isolado e precisava de um parceiro para dividir as atenções da zaga cruzeirense.
Aos 17 minutos, Enderson Moreira mudou a proposta de jogo. Colocou Lucas Roggia no lugar de Talles Cunha, com a intenção de dar mais presença de área ao ataque do Inter. A substituição não surtiu efeito porque o setor criativo da equipe colorada encontrava muitas dificuldades para trabalhar.
Até os 20 minutos, marcação do Cruzeiro era muito forte e tinha alta precisão nos desarmes. Aos 22, um lance traduziu a dificuldade do Inter na partida. Guto, deslocado pela ponta direita, fez um cruzamento e ninguém estava na área para concluir a jogada. O panorama permaneceu inalterado até os 35 minutos. O Cruzeiro sustentava bem o placar de 1 a 0 e vivia de contra-ataques, puxados por Jô e Adriano.
Aos 37, o Inter acordou. Lucas Roggia escapou pela direita e cruzou para trás. Wagner Libano, que havia entrado no lugar de Augusto, chutou colocado. A bola passou pertinho do canto esquerdo do goleiro Fábio. Em seguida, os comandados de Enderson Moreira chegaram novamente ao ataque. Após cruzamento da direita, Ricardo Goulart cabeceou. A bola bateu na trave e saiu pela linha de fundo.
Ainda no final da partida, o Inter chegou mais uma vez com Ricardo Goulart. O meia-atacante bateu firme no canto esquerdo do goleiro Fábio, mas o jogador do Cruzeiro apareceu para impedir o gol de empate do Colorado.