17 janeiro 2011

Prefeituras de leste a oeste do Estado ameaçam se rebelar contra Corsan

Santa Maria sofre com frequentes rompimentos 
na rede de encanamentos
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) começa o ano sob fogo cerrado. Prefeituras da Grande Porto Alegre, da Região Central e da Fronteira ameaçam não renovar contratos e partir para decisões radicais, como a municipalização ou até a privatização dos serviços de água e esgoto. Tudo porque estão descontentes com o trabalho da estatal.
Uruguaiana, na Fronteira Oeste, já rompeu o contrato e realizou licitação para prestação dos serviços. Venceu a construtora Odebrecht, mas a privatização ainda não está sacramentada porque entidades ligadas à engenharia sanitária contestam o processo licitatório. Enquanto a situação não se resolve, 91% da população permanece sem esgoto sanitário.
— Cada mês que passa, a Corsan nos leva R$ 1 milhão, mas isso vai acabar. O novo contrato com a iniciativa privada prevê redução de 14% na tarifa e fim do esgoto a céu aberto em cinco anos — diz o prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice.
Em Santa Maria, o prefeito Cezar Schirmer cogita municipalizar os serviços. A queixa dele é quanto ao fornecimento de água. A rede de encanamentos, com mais de 70 anos, rompe diariamente em 10 pontos:
— O pior é que abrem o buraco e não fecham. No ano passado, por quatro vezes, uma cratera de 20 metros de diâmetro foi aberta pela Corsan em frente à prefeitura, dias a fio — justifica o prefeito.