04 junho 2011

Amadorismo e inabilidade

Amadorismo e inabilidade de Antonio Palocci 
Crédito: Wilson Dias / ABr / CP
Homem forte do governo Dilma Rousseff, principal ministro e articulador político reconhecido por aliados e adversários, Antonio Palocci tem demonstrado amadorismo e inabilidade ímpares no episódio envolvendo o crescimento de 20 vezes de seu patrimônio no tempo recorde de quatro anos. Na tentativa de preservar a própria pele, Palocci usa o argumento da necessidade de manter o sigilo sobre quais foram as empresas atendidas por sua consultoria. Estratégia equivocada.
Com a falta de informações de um homem público, que tem o dever de dar explicações aos contribuintes – mesmo que não ocupasse um dos cargos mais importantes do país – Palocci só faz aumentar as suspeitas sobre as transações que lhe renderam milhões. Mais grave ainda. Palocci diz estar preocupado em proteger estas empresas, suas clientes, e ignora o mal e o desgaste político que tem imposto ao governo Dilma Rousseff e, indiretamente, ao país.
Antes mesmo do agravamento da crise, que diariamente ganha novas proporções (o último capítulo veio na edição da Revista Veja deste sábado. A publicação afirma que o apartamento alugado por Palocci há quatro anos, em São Paulo, avaliado em R$ 4 milhões, pertenceria a uma empresa de fachada, registrada em nome de um laranja), o ex-presidente Lula teve de entrar em campo junto a aliados que demonstram cada vez mais desconforto com a situação de Palocci. A interferência colaborou para enfraquecer Dilma.
Hoje, Palocci está isolado, mas ainda tenta se manter no poder. Foi abandonado por lideranças da base, que desde sua entrevista nada esclarecedora ao Jornal Nacional e a Folha de São Paulo (aqui, outro equívoco básico), fazem uso de um silêncio revelador. Nem mesmo o PT, seu partido, que historicamente lançou notas públicas em defesa de personagens como José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, saiu em sua proteção. Palocci pode não reconhecer, mas já caiu, pois perdeu totalmente a capacidade e a legitimidade de exercer suas funções junto ao Planalto. Resta agora apenas oficializar o desembarque e deixar que o governo Dilma tente reagir a sua primeira e precoce crise.

Postado por Taline Oppitz - 04/06/2011 13:53 - Atualizado em 04/06/2011 14:56

Brasil fica no empate com a Holanda no Serra Dourada

Neymar deu trabalho, foi incansável, mas parou nas mãos
do goleiro holandês Krul
Foto:JEFFERSON BERNARDES/AFP
Casa cheia, jogo de grandes seleções, uma bela tarde de sábado em Goiânia para ver craques do futebol mundial em campo neste sábado. Brasil e Holanda era certeza de um bom espetáculo. Mas gol que é bom, nada. Os primeiros 45 minutos decepcionaram a torcida local, que ensaiou até uma vaia. Mas valeu pela atuação da etapa final, mostrando que o dedo de Mano Menezes se fez presente na conversa no vestiário. Com o mesmo time, o time até voltou melhor. Mas ficou devendo apenas o gol.
Foi um primeiro de muito toque de bola de um lado e tentativas frustradas de bolas enfiadas de outro. Engana-se quem pode pensar que o ritmo ditado por troca de passes foi do Brasil. Pois é. O 4-3-3 de Mano Menezes, com Robinho e Neymar flutuando no ataque, com Fred servindo como referência na área foi anulado pela boa defesa da seleção vice-campeã do mundo.
Os maiores perigos que o goleiro Krul teve na primeira etapa acabou vendo passar pela linha de fundo, principalmente num chute forte de fora da área de Ramires. O meia do Chelsea encheu o pé, mas faltou direção. E justamente endereço certo teriam duas bolas que os holandeses finalizaram, com Affelay – uma em contra-ataque veloz, com tabela de Van Persie, que culminou no atacante arrematando na pequena área e depois com uma bomba da entrada da área. O placar só não foi aberto graças às intervenções de Julio César, duas grandes defesas.
No fim da primeira etapa, a torcida goiana demonstrou insatisfação e chegou a ensaiar pedido para Mano colocar o meia Lucas na partida. Na volta para o segundo tempo, o Brasil voltou igual. O treinador apenas destacou que pediu mais calma para trabalhar a bola para diminuir os erros nas tentativas de ataque.
Valeu. Funcionou o pedido do técnico. Com o mesmo time, a objetividade foi alta. O Brasil empilhou chances com o trio Neymar, Robinho e até Fred. E quando Krul já estava batido, o zagueiro Pieters foi quem socorreu a Holanda. Ele livrou o gol em cima da linha dividindo a bola com Fred. Seria como se a Seleção espremesse uma "Laranja", mas não saísse suco – com o perdão do trocadilho ao apelido da seleção adversária.
Na metade final do segundo tempo o técnico Mano Menezes e o seu colega holandês, Bert van Marwjik, promoveram subsituições por lote – foram permitidas até cinco trocas no amistoso. Pior para o Brasil, que vinha em ritmo acelerado. E com as trocas, desacelerou. Não só perdeu a velocidade, como ficou com 10 em campo. O meia Ramires, que havia levado amarelo no primeiro tempo, cometeu falta dura em Robben. Levou vermelho.
Foi só a partir disso é que a Holanda se arriscou e tentou algo. A melhor – para não dizer uma rara – oportunidade foi justamente um chute de Robben. Foi fominha e mandou longe do gol de Julio César. Van Persie estava livre logo ao lado.

Suspeito de matar pai e filho é preso no Norte do Estado


A Brigada Militar prendeu, neste sábado, o suspeito de  matar um homem, seu filho e uma mulher na comunidade de Linha 19, interior de Palmitinho, no Norte do Estado. O crime aconteceu na noite passada em Vista Alegre, município vizinho. O suspeito foi detido com uma arma e dinheiro supostamente roubado das vítimas. Segundo a Brigada Militar, ele confessou os crimes e está depondo na Polícia Civil.
Os corpos de Rivair Piaia e do filho Yan, de 12 anos, foram localizados em um matagal no interior de Vista Alegre. A mulher, cujo corpo foi encontrado pela manhã, não teve o nome divulgado. A relação dela com as outras duas vítimas está sendo apurada e a motivação do crime é desconhecida.
De acordo com o delegado Edinei Albarello, pai e filho foram colocados de joelho e executados com tiros na cabeça. A perícia não detalhou quem foi morto primeiro. Os corpos foram posicionados para que fossem encontrados juntos. A Polícia Civil ficou sabendo do caso quando um familiar da mulher morta comunicou que um desconhecido pedia dinheiro para liberar a vítima. O trabalho de investigação revelou, então, que o mesmo homem havia matado os dois, horas antes.
O assassino caminhou cerca de 20 quilômetros até ser capturado. Albarello disse que o anúncio do crime em emissoras de rádio da região foi fundamental para que a comunidade ajudasse a encontrar o suspeito. Ele foi viso por um morador do interior do município, que avisou a Brigada Militar. O suspeito do triplo homicídio é morador do município catarinense de Itapiranga, próximo à divisa com o Rio Grande do Sul.

Protesto contra ministro Gilmar Mendes gera tumulto na Unisc, em Santa Cruz do Sul

Alguns universitários se deitaram no chão do estacionamento para
impedir a saída do carro onde estava Gilmar Mendes, mas foram 
retirados pela segurança
Foto:Diretório Acadêmico Curso de Comunicação Social / Divulgação
A presença do ministro Gilmar Mendes na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) foi motivo de protesto por parte de alunos na noite de sexta-feira em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. O ministro chegou à universidade por volta das 18h para uma palestra no curso de Direito.
Ao término do evento, ele foi surpreendido por um grupo de estudantes que protestavam sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a exigência do diploma para exercer a função de jornalista. Com faixas em mãos, os cerca de 80 estudantes mobilizados pelo Diretório Acadêmico do Curso de Comunicação Social, vaiaram o ministro.
Na saída do ministro do prédio, conforme os estudantes, houve confusão com os seguranças. A Brigada Militar foi chamada ao local. Alguns universitários se deitaram no chão do estacionamento para impedir a saída do carro onde estava Gilmar Mendes, mas foram retirados pela segurança.
— Um segurança chegou a ser atropelado pelo carro onde estava o ministro. O Gilmar Mendes não se dispôs a falar com a gente — contou o estudante de Jornalismo, Khym Porto.
Os manifestantes ressaltaram que o protesto foi organizado pelos alunos, sem envolvimento da universidade ou do Curso de Comunicação Social.

Secretário da Saúde faz alerta após confirmações de dois casos da gripe A

Foto: Pedro Marques, SES 
Texto: Neusa Jerusalém
Em coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (03), o secretário Estadual da Saúde, Ciro Simoni, fez alertas à população e aos profissionais de saúde após a confirmação de dois casos de gripe A (H1N1) no Rio Grande do Sul. Ele salientou que pessoas pertencentes aos grupos de risco - idosos, gestantes, indígenas, profissionais de saúde e crianças de seis meses a menores de dois anos - que ainda não se vacinaram devem procurar os postos de saúde para serem imunizadas. "Temos 600 mil doses da vacina distribuídas em todos os municípios".
O secretário conclamou a sociedade a acompanhar e notificar os casos supeitos à vigilância em saúde pelo telefone 150. E por último enfatizou a necessidade da prevenção, com medidas como lavar as mãos com água e sabão com frequência e não compartilhar talheres e objetos pessoais com pessoas que apresentem os sintomas da gripe, principalmente febre e coriza.
Não há risco de epidemia e a rede de saúde está preparada para atender possíveis casos, segundo Simoni, que assegurou que faltará o medicamento antiviral porque foi realizada uma distribuição preventiva em todo o Estado.
A confirmação de dois casos de Influenza H1N1 no Rio Grande do Sul em 2011 já havia sido divulgada no início desta tarde, em nota distribuída à imprensa. Um deles é o de uma gestante de 21 anos, residente no município de São Gabriel, que não se vacinou durante a campanha de imunização contra a gripe deste ano. A paciente encontra-se internada em hospital da própria cidade, em tratamento. O outro caso é uma criança de um ano, residente no município de Camaquã e internada em Porto Alegre, que também não foi vacinada durante campanha. Até o fim da tarde, haviam sido notificados 86 casos suspeitos da doença.
Em 2010, o Estado não registrou casos da doença, como consequência da vacinação bem sucedida de cerca de 45% da população gaúcha e da adoção de medidas preventivas. Em 2009, durante a chamada primeira onda da gripe A, foram confirmados 3.544 casos e 297 óbitos em decorrência da doença.
Campanha contra o sarampo
O secretário Ciro Simoni anunciou também que, em 18 de junho, o Estado inicia a campanha de vacinação contra o sarampo em crianças de 1 (um) a seis anos e 11 meses. A campanha será destinada a todas as crianças nesta faixa-etária, inclusive aquelas que já foram imunizadas anteriormente. A iniciativa deve-se à ocorrência de três casos da doença no RS neste ano.

Colisão entre caminhões deixa três feridos em Passo Fundo

Colisão entre caminhões deixa três feridos, em Passo Fundo 
Crédito: Marcos Thiago / Especial CP
Um acidente no início da noite desta sexta-feira na BR 285, em Passo Fundo, envolveu dois caminhões deixou três feridos, um em estado grave. Os veículos colidiram no km 301 da rodovia, próximo ao trevo com a ERS 324. Um dos caminhões tem placas de Sananduva e o outro foi emplacado no município de Getúlio Vargas.
Os dois motoristas, Williken Dutra da Costa, 19 anos, e Edivan Braz Domingues, 23, se feriram, assim como Édison Lairton da Costa, que estava em um dos veículos. Os condutores ficaram presos nas ferragens dos caminhões e tiveram que ser resgatados pelo Corpo de Bombeiros. Com o impacto, Édison foi arremessado para fora da cabine ficando gravemente ferido. Os três foram socorridos e levados para o hospital São Vicente de Paulo, onde ficaram internados.
A colisão pode ter sido provocada pelo condutor de um terceiro caminhão, que teria forçado uma ultrapassagem. Com o acidente, os patrulheiros da Policia Rodoviária Federal tiveram que dirigir o tráfego para desvios laterais a rodovia com o trânsito ficando bastante lento.

Na TV, Palocci nega tráfico de influência e diz que não há crise no governo

Ontem, Palocci participou do lançamento do Plano Brasil Sem 
Miséria, no Palácio do Planalto
Foto:Dida Sampaio / AGENCIA ESTADO
Na primeira entrevista para explicar o aumento em 20 vezes do seu patrimônio nos últimos quatro anos, o ministro-chefe da Casa Civil, Antônio Palocci, negou que tenha usado sua empresa de consultoria, a Projeto, para intermediar interesses de empresas privadas junto ao poder público. Ele disse que não há crise no governo federal. As declarações foram dadas ao Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta sexta-feira.
— Não há uma crise, há uma questão em relação a minha pessoa. Eu prefiro encarar assim, assumir plenamente a responsabilidade que eu tenho neste momento de prestar as informações aos órgãos competentes e dar minhas explicações. É uma coisa que cabe a mim. Não há crise no governo, não há crise no país — declarou ao ser questionado se era capaz de conduzir suas atividades à frente da Casa Civil.
Sem citar o nome das empresas a qual prestava consultoria — limitou-se a falar os ramos, como no setor de serviços financeiros,  mercado de capitais, bancos fundos de mercado de capitais —, o ministro garantiu que jamais prestou serviços a órgãos públicos, seja de forma direta ou indireta.
— Quando uma empresa privada tinha negócio com o setor público, eu jamais dei consultoria. Isso a lei não permite. Eu tinha perfeita clareza do que a lei permitia e não permitia. Eu não fiz tráfico de influência.
Na entrevista, gravada na tarde desta sexta-feira no Palácio do Planalto, em Brasília, o ministro justificou o suposto faturamento de R$ 10 milhões somente nos últimos dois meses do ano passado — valor apontado pelo jornal Folha de São Paulo — pelo fato de ter encerrado as atividades e todos os contratos terem sido quitados.
— O que ocorre é que em dezembro eu encerrei as atividades da empresa, dado que ia assumir um cargo na Casa Civil. Eu promovi um encerramento das atividades todas de consultoria da empresa, todos os contratos que eu tinha há dois anos, há cinco anos, há três anos, foram encerrados e eles foram quitados. Hoje, por exemplo, a empresa não tem mais nenhum contrato, nenhuma arrecadação, nenhum valor.
O ministro manifestou-se publicamente após a presidente Dilma pedir que desse explicações ao país o mais rápido possível, sem esperar o pronunciamento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, sobre o assunto. A avaliação no Planalto é de que o desgaste do ministro já atingiu o governo.
"Nunca escondi minhas atividades de consultoria"
Em outra entrevista, prevista para ser publicada no jornal Folha de São Paulo na edição de sábado, Palocci disse que "nunca escondeu suas atividades de consultoria". A declaração foi antecipada pela versão online da publicação.
— Quero lembrar que eu nunca escondi minhas atividades de consultoria. A empresa sempre esteve registrada em meu nome e de meu sócio na Junta Comercial, com seu objeto social, sede e demais dados disponíveis para consulta de qualquer pessoa — afirmou.
— Lembro-me, inclusive, que jornais e revistas chegaram a noticiar algumas das atividades que realizei como consultor. A Projeto sempre entregou aos órgãos públicos todas as informações exigidas legalmente e pagou todos os impostos — completou.
À publicação, o ministro afirmou que não informou para a presidente Dilma os nomes dos clientes de sua empresa de consultoria (Projeto) e nem os tipos de serviços prestados.
— Não entrei em detalhes sobre os nomes dos clientes ou sobre os serviços prestados para cada um deles — disse ao jornal.