17 janeiro 2011

Integrante do PCC é preso em Venâncio Aires após troca de tiros com a BM

Grupo estaria planejando ação criminosa 
Um integrante da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) foi preso na madrugada desse sábado, depois de um tiroteio, em Venâncio Aires. A sua captura, no entanto, só foi confirmada nesta segunda-feira pelo responsável pelo Comando Regional de Policiamento Ostensivo do Vale (CRPO) do Rio Pardo, da Brigada Militar (BM), coronel Edson Luiz Chaves Brendler. O homem já havia sido preso  em 1º de setembro de 2006 pela Polícia Federal com outros 21 membros de uma quadrilha que planejava um assalto em Porto Alegre. O grupo escavou um túnel na rua Caldas Júnior, que chegaria ao Banrisul ou à Caixa Econômica Federal, no Centro da Capital.
O paulista foi preso pela BM em frente ao Instituto Penal de Mariante (IPM), no km 68 da RST 287. Com ele, foi apreendida uma pistola calibre 9 mm, com carregador e 14 munições. Três apenados do IPM também foram detidos.
O 23º BPM realizou uma operação em um restaurante e uma pousada que fica em frente à casa prisional. Cerca de dez policiais militares em quatro viaturas se depararam com um grupo suspeito formado por mais de dez criminosos, que efetuaram cerca de 30 disparos contra o efetivo. Durante o confronto, o homem foi baleado na coxa. Ele deveria estar cumprindo pena em prisão domiciliar. Os três apenados do semiaberto presos na ação também não podiam estar no local naquele horário. O restante do bando, fortemente armado, conseguiu escapar apesar do cerco policial.

O comandante do CRPO do Vale do Rio Pardo informou que, além da pistola, foram apreendidas duas mochilas contendo roupas, mantimentos e energéticos, além de R$ 125 em dinheiro, 150 gramas de maconha, dez celulares, um touca e uma faca. Segundo o coronel Brendler, os bandidos planejavam um ataque de grandes proporções, como um roubo a banco ou carro-forte.
Ainda na tarde de sábado surgiu a possibilidade de resgate do criminoso baleado que estava internado no Hospital São Sebastião Mártir, em Venâncio Aires, sendo o policiamento reforçado no local até que ele fosse transferido, sob forte escolta da BM, ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul.
Para o delegado José Antônio Dornelles, que comanda a Delegacia Regional Executiva da Polícia Federal, a captura de um dos integrantes do PCC não é uma surpresa. “Muitos ainda podem estar por aqui”, não descartou ele, lembrando que todos sumiram ao progredirem para o semiaberto.
Dornelles retornou da Argentina, onde deixou informações, incluindo fotos, sobre o caso do túnel do PCC em Porto Alegre, em poder dos colegas argentinos e agentes da Interpol. A intenção é ajudar nas investigações do assalto, com as mesmas características, a um banco em Buenos Aires, ocorrido entre o Natal e o Ano Novo. De acordo com ele, a Polícia Federal não atuará diretamente no caso. No entanto, as ações da PF dentro do território brasileiro, relativas ao PCC, permanecem ativas e podem ou não confirmar, no futuro, se a facção está ou não por trás daquele ataque no país vizinho.