Após uma reunião de três horas, em Porto Alegre, no final desta tarde de ontem, gerentes da multinacional John Deere e representantes dos metalúrgicos deram início à negociação para rever as 502 demissões da fábrica de Horizontina. Propostas para que as dispensas sejam evitadas ainda não foram apresentadas. Isso deve ocorrer nas próximas reuniões, marcadas para 17, 19 e 27 de fevereiro.
Eles trataram de questões que haviam ficado pendentes na semana passada, quando o acordo entre as partes foi feito no Tribunal Regional do Trabalho. Enquanto não se encerrar o período de negociação, previsto para até o fim do mês, as demissões não serão oficializadas. Na reunião de ontem, foi definido que os 502 dispensados vão receber o pagamento da quinzena no dia 13, o que representa 30% do salário. Como as demissões não foram ainda homologadas, eles seguem tendo os mesmos direitos dos funcionários. Outro ponto discutido foi a devolução a eles do cartão usado em farmácias e a continuidade do convênio odontológico. Com o cartão, parte das compras é custeada pela John Deere.
A questão mais polêmica foi a revisão das demissões de trabalhadores com possíveis doenças ocupacionais. De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Milton Viário, todos os 502 passarão por exames de saúde. Nos casos em que houver diferentes interpretações dos exames por parte da empresa e do sindicato, um perito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) analisará a situação.