Os sinais da insatisfação dos municípios atingidos pela estiagem com as medidas de socorro anunciadas pelo governo federal podem se estender a todo Estado na forma de uma paralisação de prefeituras gaúchas no dia 4 de junho, quinta-feira da próxima semana.
A realização do protesto estadual foi proposta e aprovada ontem, na assembleia geral da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). A ideia é de que os órgãos municipais funcionem apenas em expediente interno, com exceção de serviços de saúde e de recolhimento do lixo, segundo Flavio José Smaniotto, presidente da Associação de Municípios da Zona da Produção.
O movimento reivindica pelo menos R$ 100 milhões da União para os municípios prejudicados pela seca realizarem obras de infraestrutura de abastecimento de água, além de capital para amenizar os prejuízos de pequenos produtores com a quebra na safra. O total solicitado é cinco vezes maior do que os R$ 20 milhões confirmados para amenizar os efeitos da estiagem nos 254 municípios em situação de emergência.
A aprovação da paralisação pela Famurs representa apenas o apoio da instituição ao protesto – não significa que a paralisação ocorrerá em todos os municípios. Caberá a cada prefeitura decidir pela adesão ao movimento, mas Smaniotto confia na participação, mesmo de localidades que não atingidas pela seca.
