23 maio 2009

Sadia e Perdigão vão se manter separadas

Brasília - Os executivos da Sadia/Perdigão garantiram ontem ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que manterão as duas empresas separadas até o julgamento da fusão pelo órgão - o que deve ocorrer até o final do ano. Mas a garantia não elimina a hipótese de o Cade negociar o "congelamento" da operação.
Ontem, o ex-ministro Luiz Fernando Furlan, da Sadia, e Nildemar Secches, da Perdigão, e seus advogados, estiveram reunidos com o Cade para apresentar informalmente a fusão. A notificação oficial deverá ocorrer nos próximos dias. "O que foi reiteradamente dito nessa reunião, o que os dois empresários asseguraram foi que os negócios vão ser mantidos separadamente", relatou o presidente do Cade, Arthur Badin. "Eu não tenho o desenho da operação, então é difícil dizer se as medidas que as empresas estão adotando são suficientes ou não, ou se o Cade determinará novas providências", disse.
O conselho adotou como praxe nos últimos anos negociar acordos com as empresas para "congelar" a operação - os chamados Acordos de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apros). O mecanismo tem por objetivo manter os negócios separados, evitando problemas caso o Cade julgue pelo veto ou por restrições à fusão. O conselheiro do Cade Fernando Furlan, primo do ex-ministro, declarou-se impedido de participar do julgamento por causa do grau de parentesco.