O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou nesta terça-feira que a principal preocupação dos produtores e do próprio Ministério em relação ao Plano Safra 2009/2010 é fazer com que os recursos cheguem ao agricultor e ao pecuarista "no tempo certo". Ele fez a afirmação ao chegar para a audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, na Câmara dos Deputados.
Stephanes ouviu comentários de jornalistas, os quais disseram que os produtores aprovaram o plano, mas reclamaram da manutenção da taxa de juros em 6,75% ao ano, a mesma aplicada em 2008.
— Os juros estão estabelecidos. A maior preocupação deles, e nossa, é de que os recursos cheguem ao agricultor no tempo certo — disse.
Segundo ele, para que isso ocorra, é preciso que os bancos operacionalizem as transações.
— Mais importante do que juro baixo é ter o dinheiro à disposição — avaliou.
O Plano de Agricultura e Pecuária disponibiliza R$ 107,5 bilhões de recursos para financiamento do setor, quantia considerada suficiente pelo ministro. Stephanes ressaltou que o Banco do Brasil é o principal instrumento de chegada dos recursos ao agricultor e que age com o dinheiro à disposição. Já as outras instituições financeiras costumam dificultar um pouco mais o acesso, lembrou o ministro, por conta das características do setor, como alto endividamento, falta de garantias e risco elevado.
— Alguns bancos ainda são um pouco reticentes — disse.
O ministro comentou, ainda, que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem demorado "um pouco" para liberar os recursos, principalmente, aqueles voltados para investimento. Ainda sobre os juros, o ministro ressaltou que a taxa mais aplicada no plano de safra é apenas um pouco maior do que a inflação. Segundo ele, o que pode encarecer o custo do dinheiro para o produtor é a cesta de recursos acessada por ele, que chega a ser de até 15% ao ano.
— Quando o agricultor busca dinheiro fora, é mais caro e isso é ruim — comparou.