14 agosto 2009

Posse de suplente constrange vereadores no noroeste do Estado

Não é um projeto polêmico que está gerando controvérsia na Câmara de Vereadores de Bom Progresso, município de 2.837 habitantes no noroeste do Estado, na região de Palmeira das Missões. É a posse do suplente na vaga de Olmiro Joarez Rodrigues (PDT), 34 anos, assassinado no dia 26 de julho.
Já convocado, Valmir Benzo (PT) deve assumir o posto na sessão na noite de segunda-feira. Só que Valmir é irmão de Paulo Benzo, 30 anos, o homem que matou o vereador Rodrigues e está preso em Três Passos. Apesar de o petista não ter relação com o crime, a presença dele causa constrangimento, tanto da parte dos coligados quanto da oposição.
Nos bastidores, há vereador dizendo que poderá se afastar se a posse ocorrer. Dos nove legisladores, três eram parentes de Rodrigues, conhecido como Mirinho, o vereador mais votado na eleição passada.
– Foi uma coisa trágica. Eu era tio do guri. As divergências políticas a gente esquece, mas vem a parte da família. Eu não sei qual vai ser a minha atitude em relação à Câmara na segunda. Fica um sentimento grande – disse o vereador Vilmar Ribeiro de Lima (PMDB), que não faz parte da coligação.
O partido do vereador morto, o PDT, está concentrado em reuniões para tentar achar uma solução. Uma posição deve ser anunciada hoje. Um dos secretários da prefeitura, o da Agricultura, Jaime Schaefer, é vereador titular licenciado da Câmara. Caso ele volte, Benzo perderia a vaga. Outro secretário, Egon Schneider, é o primeiro suplente. Chegou a assumir a vaga há duas semanas, mas se licenciou para voltar às suas funções na Secretaria da Administração.
– Sentamos ontem (quarta) para conversar um pouco. Não tomamos decisão nenhuma ainda. A maioria dos companheiros está pedindo para que o PDT retome a cadeira, em memória do finado. É uma situação muito delicada. A comunidade está abalada ainda – diz o vice-prefeito de Bom Progresso, Amauri de Araujo (PDT).