Uma tensão generalizada, envolvendo governo, servidores e deputados, ditará o tom da votação prevista para amanhã na Assembleia Legislativa. Acossados por pressões irrompendo de todos os lados, parlamentares decidirão sobre o aumento de salários e da contribuição previdenciária dos PMs gaúchos.
Enquanto associações de classe exigem a derrubada das quatro propostas, o Piratini tenta persuadir a base aliada para aprovar o pacote inteiro. O governo acredita na aprovação, mas nem pensa em correr riscos: após um café da manhã que hoje reunirá os principais secretários, celulares de aliados começarão a tocar.
– Vamos conversar com os deputados até a hora da votação. Principalmente com aqueles que mostrarem algum desconforto em relação aos projetos – diz o titular do Planejamento, Mateus Bandeira.
Ele e os demais representantes do primeiro escalão sabem que a base está dividida – às vésperas de um ano eleitoral, comprar briga com a segunda maior categoria do funcionalismo (a Brigada só fica atrás do magistério, que já declarou guerra contra o governo) traria desgastes ao Piratini. Bandeira afirma que, desde a semana passada, quando o Executivo iniciou uma série de reuniões com as bancadas aliadas, a adesão de parlamentares ao pacote cresceu significativamente. Mas o deputado Alexandre Postal (PMDB) acredita que, da forma como está, o pacote não passa:
– Tem uma faixa de brigadianos, composta especialmente por sargentos e tenentes, que terão perdas no contracheque. Assim, meu voto é contra.