Mesmo com a decisão do magistério de iniciar uma greve na terça-feira, o Piratini dificilmente irá recuar. Não há no governo qualquer manifestação que sinalize a retirada dos projetos envolvendo o funcionalismo. A intenção é de que, até o dia 22, todas as propostas para professores e brigadianos sejam aprovadas pela Assembleia.
– É uma estupidez: o Cpers reclama de reajustes para uma parte da própria categoria. Eu nunca vi disso – afirma o secretário do Planejamento, Mateus Bandeira, adiantando que o ponto dos professores em greve será cortado.
Está previsto para a próxima semana o início das votações mais polêmicas. Na terça-feira, os deputados vão decidir sobre o aumento da contribuição previdenciária e dos salários de brigadianos. No dia 22, é a vez de o projeto que eleva o salário inicial do magistério para R$ 1,5 mil ser votado na Assembleia. Para as votações serem suspensas, há apenas duas possibilidades.
A primeira seria o Piratini pedir a retirada do regime de urgência dos projetos, postergando as apreciações para o ano que vem. Mas, além de o governo mostrar-se inflexível, o prazo termina amanhã para as propostas envolvendo a Brigada – e no dia 17 para os projetos do magistério. Outra hipótese seria deputados negarem quórum na hora das votações. Assim, a apreciação ficaria impossibilitada, mas, como esses projetos estão em regime de urgência, nenhum outro poderia passar na frente, trancando a pauta da Casa.
– Podemos ir tirando o quórum dia após dia, até conseguirmos maioria para votar contra – planeja o deputado Daniel Bordignon (PT).