A agonia durou meia hora para uns, uma hora para outros. Mas todos os 10 homens que, na terça-feira, despencaram com a ponte nas água tormentosas do Jacuí, entre Agudo e Restinga Seca, descrevem as mesmas cenas de terror. Um estrondo, o chão desmoronando sob os pés, as pernas viradas para cima, o céu azul se transformando num líquido amarronzado e borbulhante quando mergulharam na correnteza lamacenta do rio. Luta para voltar à superfície, para respirar, para se segurar em algo. Três deles se salvaram agarrados a cabos de fibra óptica de telefonia que passavam rente à ponte. Todos sabiam nadar. Restou o alívio de serem resgatados e encarar a vida de uma nova forma: como algo que merece ser experimentado a pleno, sorvido gota a gota, desfrutado. Afinal, sobreviveram. ZH e Diário de Santa Maria percorreram três municípios e dezenas de quilômetros para localizar os 10 sobreviventes da tragédia que espantou e entristeceu o Rio Grande.