O secretário da Saúde de Porto Alegre Eliseu Santos, 63 anos, foi vítima da indústria da clonagem de veículos. O trio de criminosos que o matou receberia R$ 2 mil pelo Corolla dele, modelo 2006, avaliado em cerca de R$ 40 mil.
Ao reagir a uma tentativa de assalto na noite do dia 26 de fevereiro, o secretário da Saúde de Porto Alegre Eliseu Santos acabou vítima de bandidos que integram uma engrenagem da indústria da clonagem de veículos. Contratado sob encomenda por receptadores, os assaltantes receberiam, pelo roubo do Corolla de Eliseu, o equivalente a 5% do valor de mercado do carro.
A clonagem é o braço forte da rede do furto e do roubo de veículos que mais cresce no Estado. Estimativas policiais apontam que metade dos automóveis e caminhonetes que desaparecem nas mãos de ladrões em Porto Alegre continua rodando nas ruas em forma de carro-fantasma, com placas e documentos copiados de um automóvel legal.
Os clones estão nas mãos de motoristas inocentes, que compram os carros sem saber da fraude, mas também são usados por criminosos, para a prática de assaltos a bancos, sequestros relâmpagos e, principalmente, para roubar outros carros, como seria no ataque a Eliseu. Naquela noite, o trio usava um Vectra clonado, furtado quatro dias antes, no estacionamento de um hipermercado em Canoas.
As investigações policiais apontam que o Corolla de Eliseu seria levado a Sapucaia do Sul, base das mais violentas quadrilhas de ladrões de veículos que agem há pelo menos cinco anos em bairros da Capital, entre eles o Floresta, onde Eliseu foi morto. O bando tem sido alvo de operações policiais, mas segue em atividade. Além do assalto, os ladrões costumam arrombar os carros para furtar acessórios dos veículo e pertences das vítimas, como bolsas, pastas e notebooks.