23 março 2010

Mãe de Isabella relembra brigas entre Jatobá e Nardoni e chora ao depor

A mãe da menina Isabella, Ana Carolina Oliveira, chorou muito na noite desta segunda-feira diante dos sete jurados ao ser ouvida por cerca de duas horas e meia no julgamento Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de matar Isabella em 29 de março de 2008.
Testemunha de acusação no júri no Fórum de Santana, em São Paulo, a mãe da menina narrou brigas que presenciou entre o casal e se emocionou ao relembrar da sua chegada ao Edifício London, na noite da morte de Isabella. Uma jurada também chorou durante o depoimento, que encerrou o primeiro dia do julgamento, por volta das 22h.
Nesta terça-feira, a partir das 9h, devem começar a ser ouvidas mais quatro testemunhas. No total, 16 testemunhas devem ser ouvidas no julgamento (11 de defesa, duas de acusação e três em comum, de acusação e defesa). Sete testemunhas foram dispensadas de prestar depoimento na segunda-feira.
O juiz Maurício Fossen negou mais um pedido da defesa do casal para adiar a sessão do julgamento. A defesa requereu ao juiz uma perícia mais detalhada do local do crime.
Na escolha dos jurados, dois deles foram recusados: uma mulher pelo Ministério Público e outra pela defesa dos réus. O júri que vai decidir se o casal é inocente ou culpado é composto de quatro mulheres e três homens. Das 40 pessoas que foram convocadas pela Justiça para o sorteio do júri, 28 compareceram ao Fórum.
O crime comoveu o país e ganhou grande repercussão. O julgamento que se inicia nesta terça-feira deve durar de quatro a cinco dias. Dezenas de pessoas fazem protestos em frente ao fórum em São Paulo.
Alexandre e Anna Carolina estão desde maio de 2008 em presídios em Tremembé, no interior paulista. Os réus já perderam 11 decisões de habeas corpus nas três instâncias da Justiça.
Os dois são acusados de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima, e ainda fraude processual já que, segundo a promotoria, eles alteraram a cena do crime. O casal alega inocência.