A boa produção da safra gaúcha de soja, estimada em 9,5 milhões de toneladas, reflete no trânsito da estrada Rio Grande-Santa Maria (BR-392). Diariamente, cerca de 700 caminhões forrados do grão estacionam no porto de Rio Grande, no sul do Estado.
Entre fim de abril e início de maio, o pico deve chegar a mil veículos por dia. Os embarques, que começaram na última semana de março, já exportaram 342 mil toneladas do produto. Seis navios deixaram o porto rumo à China e a Taiwan – os chineses consomem cerca de 60% da soja plantada no Estado. Países europeus, como a Alemanha, são outros destinos do grão ao longo da safra. A projeção dos terminais da Tergrasa e Termasa é movimentar 5 milhões de toneladas até o final de maio, superando os 3,8 milhões em igual período de 2009.
– Exportamos em média 40 mil toneladas por dia. Ao longo do mês, o pico será de 48 mil. Do total, 70% chegam via terrestre, nos caminhões – conta o diretor da Tergrasa e Termasa, Guillermo Dawson.
Além dos dois terminais, Bianchini e Bungue Alimentos exportam soja a partir do único porto marítimo gaúcho. Cenário que atrai milhares de caminhões, oriundos das regiões das Missões, Norte, Noroeste e Centro do Estado. A BR-392, a partir de Santa Maria, é a principal via para escoar a produção até Rio Grande. O ponto mais congestionado inicia em Pelotas, no entroncamento com a estrada Porto Alegre-Jaguarão (BR-116).
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, mais da metade dos 10 mil veículos que cruzam o trecho diariamente são pesados – volume que provoca filas no acostamento da rodovia. As áreas problemáticas ficam próximas aos terminais de grãos, nos km 8 (entroncamento com a BR-604), km 10 e km 19 (ao lado de postos de gasolina).
Superintendência libera local para estacionamento
Com mais de 80% da safra gaúcha colhida, segundo estimativa da Emater, o pico da movimentação de caminhões deve se iniciar nas próximas duas semanas. A Superintendência do Porto do Rio Grande prevê média de mil caminhões ao dia na virada do mês. Para amenizar o problema das filas, liberou seu pátio de estacionamento, localizado na Via Nove. Cerca de 300 caminhões pernoitam no local, com capacidade para 400 veículos pesados.
– Tirando os caminhões do acostamento, reduzimos as chances de acidentes e oferecemos melhor infraestrutura ao motorista – diz Carlos Renato Rodrigues, diretor técnico do porto.