Autoridades, lideranças, profissionais e estudantes das áreas da saúde, educação e assistência social, prestigiaram na última quinta-feira, dia 22, a solenidade de abertura da III Jornada de Psicologia da SETREM. Tendo como temática central ‘Diversidade e Profissão’, o evento objetiva apresentar os diversos espaços de atuação do psicólogo, além de ampliar conhecimentos em diferentes ciências.
O primeiro encontro contou com a participação de Geferson Sucolotti, Mestre em Ciências Médicas e da Saúde (PUCRS) e Alexandra Bello Guse, Especialista em Terapias Cognitivo-Comportamentais (UNISINOS). Sucolotti ressaltou a colaboração de diversas ciências para a compreensão do comportamento humano e esclareceu sobre a dissociação entre mente e corpo. No entanto, em entrevista, o palestrante trouxe outra questão, hoje em voga na sociedade atual: como compreender a mente de indivíduos que cometem delitos?
O pesquisador, membro da Associação Internacional de Psicanálise, destacou dois pontos importantes: o psicológico e o neuroquímico. Afirmou que grande parte das pessoas que cometem delitos não tiveram pais ou estes foram ausentes, falhos ou ainda muito rígidos. “Há também os que têm desequilíbrios neuroquímicos. Estudos apontam que um grande percentual de psicopatas possuem 11% menos de uma área do cérebro chamada córtex pré frontal, responsável pela tomada de decisão.”
Após, Alexandra Bello Guse abordou o tema ‘medo de dirigir’. A psicóloga contou sobre o trabalho que desenvolve há oito anos em Porto Alegre, auxiliando pessoas que conquistaram a carteira de motorista, mas não conseguem dirigir. “É muito comum nestes casos, o transtorno de ansiedade. São pessoas perfeccionistas, com autocrítica grande, que não se permitem errar. Contudo, outros viveram o stress pós traumático, quando ele ou familiar sofreu acidente de carro.”
O tratamento envolve conversas e intervenções práticas, quando a profissional acompanha o paciente em passeios de carro. “O tratamento tem tempo mínimo de três meses.”
No dia seguinte realizaram-se duas oficinas e palestra sobre ‘Infância e os desafios atuais’. Neste último, Simone Bampi, Mestre em Inclusão Social e Acessibilidade, expôs sobre estimulação precoce e evidenciou um trabalho em rede, priorizando o atendimento de famílias e crianças. Já Janete Goulart, psicóloga e Mestre em Educação, focou sobre os desafios da psicologia no cotidiano escolar.
Próxima etapa será no dia 18 de maio
Na mesma data que marca nacionalmente a luta anti-manicomial e luta contra o abuso sexual e a exploração sexual infanto-juvenil, está prevista mais uma etapa da Jornada de Psicologia. À tarde ocorrerá debate sobre Saúde Mental & Psicologia e Cidadania, com Rita de Cássia Maciazeki Gomes, Mestre em Psicologia Social e Institucional e Paulo Marques, doutorando em Sociologia pela Universidad de Granada, Espanha.
À noite, o assunto será ‘Contribuições da Psicologia para o enfrentamento da violência contra a criança’, com: Sandra Correa da Silva, Especialista em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes (USP); Jane Padilha, Psicóloga dos Serviços de Internação, UTI e Emergência Pediátrica e do Ambulatório de Violência do Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas (Porto Alegre) e Kênia Fontoura, Especialista em Gestão do Capital Humano.
Interessados em participar e que ainda não estão inscritos, poderão fazê-lo no local. O investimento para acompanhar a programação do dia 18 de maio, é de R$ 20 para profissionais e R$ 10 para estudantes.