Apreciadores do chimarrão ganharam um novo argumento para defendê-lo na polêmica científica sobre os efeitos da bebida. Pesquisadores do Centro Universitário Feevale, de Novo Hamburgo, atestam que o mate, além de estimulante, faz bem ao coração.
O trabalho desenvolvido pela biomédica Rejane Giacomelli Tavares aponta que o uso de cem gramas de erva-mate por dia pode causar a diminuição de 29% nos níveis do colesterol e de 62% nos triglicerídios. Segundo a pesquisadora, quanto mais altos esses níveis, maior o risco de doenças cardíacas. A análise foi feita em ratos. Cobaias tratadas com um extrato semelhante ao chimarrão do gaúcho tiveram os indicadores reduzidos.
– Nós sabíamos que, quimicamente, a erva-mate é muito parecida com o chá verde que tem esses efeitos de diminuição. Queríamos saber se a erva-mate também tinha. Por terem uma semelhança química, elas poderiam mesmo ter essa relação – relata a pesquisadora.
Rejane considera a cultura gaúcha como um sinal de que a erva-mate funciona mesmo.
– O gaúcho, mesmo com o hábito da carne gorda do churrasco, não tem o índice tão alto de triglicerídios. Pode ter aí a influência do chimarrão – diz.
A pesquisadora alerta que para quem tem uma dieta normal o efeito pode não ser tão marcante. Ele foi feito direcionado a uma dieta específica. A eficácia também pode não ser a mesma para pacientes com altos índices de colesterol por disfunção genética e com uso controlado de medicação.
Com cuidado redobrado com a saúde após um susto em 2005, o comerciário Hélio Dirceu Fernandes, 62 anos, saúda os efeitos positivos da erva-mate que o acompanha a vida inteira.
– Tenho o chimarrão como um companheiro. Se apontam que ele é saudável, melhor ainda. Ele é meu vício. Se ele não me ajuda, pelo menos nunca me prejudicou – diverte-se.