Alcançar o maior nível de independência energética é uma prioridade estratégica do Brasil. E essa importância não se restringe apenas ao seu impacto na economia. “O acesso à energia é uma premissa básica da qualidade de vida e da cidadania”, ressalta o deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), que articulou uma audiência entre o ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, e os prefeitos da Associação dos Municípios do Grande Santa Rosa, nesta quarta-feira (19), em Brasília. Na pauta da reunião, a construção das hidrelétricas de Garabi e Panambi, que juntas receberão investimentos de R$ 4 bilhões através da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
De acordo com o ministro, as obras devem começar dentro de dois anos. Antes disso, ocorrem as fases preparatórias, como os estudos de viabilidade e o inventário que devem ser concluídos em julho deste ano. Zimmermann também destacou que as usinas serão construídas conforme modelo de engenharia conhecido como “fio d’água”. Este tipo de usina tem como característica um pequeno reservatório, que opera em níveis constantes sem necessidade de armazenamento de água para escoamento sazonal, como ocorre nas unidades que operam com reservatórios de acumulação.
Outro avanço deste projeto em comparação ao antigo, no caso de Garabi, é a redução da área alagada de 840 km2 para 514 km2. O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, explicou que o projeto original previa três hidrelétricas que somavam uma potência instalada superior a 5 mil MW e área alagada de 3,7 mil quilômetros quadrados. A extensão foi considerada grande demais e os projetos foram reformulados. A previsão, agora, é que as usinas tenham capacidade para gerar cerca de 2.000 MWatts.
“Com a implantação das hidrelétricas de Garabi e Panambi, o Brasil avança no processo de integração energética com os países sul-americanos”, comemorou Henrique Fontana ao lado dos prefeitos da região noroeste do Estado.