O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, disse hoje, em entrevista coletiva, que a probabilidade de se chegar a um acordo para evitar sanções ao Irã é de 30%. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também participou da entrevista, afirmou ser otimista e que, por isso, acredita em uma probabilidade de 99,9%.
A exemplo do Brasil, o governo russo busca o diálogo como alternativa para evitar sanções ao Irã impostas pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Membro permanente do órgão, a Rússia tem direito a veto - ao lado dos Estados Unidos, da França, China e Inglaterra.
Para Medvedev, a visita de Lula ao Irã pode ser a última tentativa de um acordo antes que a comunidade internacional aplique sanções ao país.
— A minha missão é menos complicada do que a do presidente Lula. Eu fico em Moscou, ele vai a Teerã [capital do Irã]. Não vai ser uma viagem muito simples — avaliou.
De acordo com o líder russo, para que o acordo dê certo, o uso da energia nuclear feito pelo Irã deve ser pacífico e controlável pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). O país deve ainda coordenar seus esforços junto com a agência, acrescentou Medvedev.
Durante a entrevista coletiva no Kremlin, sede do governo russo, Lula afirmou que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, tem um 'lado interessante', por meio do qual se pode construir o acordo nuclear. Ele disse também que vai a Teerã com a convicção de há condições de o acordo ser firmado, mas que, se isso não for possível, volta para casa satisfeito por não ter sido omisso.
O presidente brasileiro segue ainda hoje para uma rápida visita ao Catar. Amanhã, dia 15, Lula se reúne com Ahmadinejad.