Com apenas 20% do rebanho notificado como imunizado contra a febre aftosa até a metade do mês na grande maioria dos municípios gaúchos, a Secretaria da Agricultura apela aos pecuaristas para que acelerem a aplicação da vacina e comuniquem às inspetorias veterinárias. A intenção é encerrar a etapa até o dia 31, sem prorrogação.
– Por enquanto, não trabalhamos com a hipótese de prorrogação – ressalta o secretário da Agricultura, Gilmar Tietböhl.
O atraso é maior nas regiões de minifúndios devido à demora na entrega de vacinas aos pequenos proprietários enquadrados no Pronaf e com um rebanho de até 50 cabeças. Das 4 milhões de doses distribuídas gratuitamente pelo governo, apenas 241 mil constam como aplicadas. Os dados, no entanto, se referem a 392 municípios. Restam computar informações de outros 104. A secretaria garante que todas as doses gratuitas chegaram a seus destinos.
– Não tivemos mais reclamações – confirma Sérgio de Miranda, vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag).
Atrasos poderiam gerar janelas de imunidade
O chefe do Serviço de Sanidade do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul, Bernardo Todeschini, explica que o ideal é vacinar todo o rebanho gaúcho no prazo para não serem abertas “janelas de imunidade” nos animais. O prazo para entregar os comprovantes de vacinação vai até o dia 7 de junho.
Em Cruz Alta, no Noroeste do Estado, as 36 cabeças de gado do produtor Valdir Miguel Schwade já estão vacinadas. Ele recebeu gratuitamente as doses.
– Se o governo não fornecesse, a gente até poderia comprar, porque não é muito cara, mas é uma ajuda bem-vinda, já dá uma economia – diz Schwade.