O procurador-geral dos Estados Unidos, Eric Holder, anunciou nesta terça-feira que o paquistanês Faisal Shahzad, principal suspeito de ter posto o carro-bomba na Times Square, será acusado de terrorismo e de posse de armas de destruição em massa.
Holder detalhou que as acusações serão de crimes de terrorismo ativo dentro da fronteira do país, tentativa de uso de arma de destruição em massa e uso de um dispositivo de destruição durante a preparação de outro delito, entre outras.
— Está claro que era um complô terrorista destinado a assassinar americanos em um dos locais mais movimentados de nosso país — disse Holder em entrevista coletiva em Washington ao lado da secretária de Segurança Interior, Janet Napolitano; do diretor do FBI (polícia federal americana), John Pistole, e do chefe da Polícia de Nova York, Raymond Kelly.
Holder, que assegurou que Shahzad deu "informação valiosa" aos investigadores, afirmou também que o preso admitiu ter participado da tentativa de atentado. O procurador-geral, porém, não confirmou as detenções anunciadas pelas autoridades do Paquistão. Já o diretor do FBI assinalou que Shahzad se mostrou cooperativo durante os interrogatórios.
— Estão sendo examinadas todas as provas encontradas no ponto onde o automóvel foi deixado para determinar os componentes químicos — disse Pistole, que também ressaltou que as autoridades querem determinar "qual teria sido a magnitude" do desastre caso o atentado fosse bem sucedido.
Segundo ele, os componentes explosivos não eram muito sofisticados, mas suficientemente potentes para "causar muito dano".
— A maneira como localizamos o carro-bomba foi como uma repetição, uma situação já vista, dos atentados terroristas de 1993 contra o World Trade Center — disse Kelly.
Da mesma forma que em 1993, a polícia conseguiu identificar o veículo e seu proprietário graças à referência que os automóveis tinham gravadas no chassi e no parabrisa.
Shahzad, de 30 anos e desde abril de 2009 naturalizado americano, foi detido na madrugada de terça-feira no aeroporto JFK como suspeito de ter deixado, no fim de semana passado, um carro-bomba na Times Square, o ponto mais movimentado de Nova York.
Os investigadores americanos seguem a pista das possíveis conexões internacionais que ele poderia ter com grupos terroristas do Paquistão e de outros países. Segundo alguns meios de comunicação americanos, o detido disse aos investigadores que agiu sozinho e negou qualquer vínculo com grupos extremistas do Paquistão.