A Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou 20 casos de meningite no Rio Grande do Sul. A morte de uma jovem de 17 anos, registrada há menos de uma semana em Santa Maria, tem alertado sobre um dos tipos mais graves da doença: a meningocócica. Em Lajeado, uma paciente de 7 anos está internada na UTI do Hospital Bruno Born há 15 dias. Para a chefe da Vigilância Epidemiológica do Estado, Marilina Bercini, a meningite meningocócica é a que mais preocupa. "Ela é mais perigosa e acaba por ter desfecho mais grave, podendo levar o paciente a óbito", afirma. "De qualquer forma, os casos estão controlados", salienta.
A meningite é um processo de inflamação das meninges, membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. A doença tem causas infecciosas geradas por bactérias, vírus ou fungos, e pode acontecer em todas as faixas etárias, provocando uma série de complicações. "Começa como uma grande gripe: dores no corpo, dores de cabeça, febre. Em um quadro mais preocupante há vômito, diarreia e sintomas neurológicos, como o enrijecimento da nuca", explica a especialista.
A avó da menina de 7 anos internada no Vale do Taquari, Ilca da Silva, disse que a neta enfrentou infecção generalizada, que provocou manchas vermelhas na pele e hemorragia nas extremidades. Segundo a família, o processo levou à necrose de parte de quatro dedos da mão direita e um da mão esquerda da garota. "Assim que houver melhora do quadro clínico ela deve ser submetida à cirurgia de amputação dos membros", disse outro familiar.
Ilca acompanha a doença da neta impressionada com a rapidez com que a criança foi tomada pelos sintomas. "Ela veio da escola já com dor de cabeça. Logo começou a disenteria e os vômitos. Demoraram no diagnóstico, mas disseram que é meningite", contou à reportagem. "Ela ficou repleta de manchas vermelhas e roxas na pele. Ficou com os dedos pretinhos. Vão ter que cortá-los", disse, emocionada. A família conta com o auxílio de vizinhos que têm feito campanha para arrecadação de dinheiro, doações de roupas e comida.
A SES não confirma mais casos além dos 20 e diz que, apesar desta época do ano propiciar a transmissão da meningite, a situação está sobre controle no Rio Grande do Sul. Em relação aos anos anteriores, os números têm diminuído. Em 2007, foram registrados 111 casos, no ano seguinte, 105. Já em 2008, 105 ocorrências foram computadas, e ano passado, 75 casos confirmados.
