As chuvas que deixaram pelo menos 44 pessoas mortas no Nordeste deixaram um rastro de destruição que pode ser comparado ao terremoto do Haiti, segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim.
— Houve uma precipitação de água incrível em termos de queda de pontes, casas, principalmente perto do rio — disse Jobim hoje a jornalistas após sobrevoar a área mais afetada de Alagoas e Pernambuco.
O rastro da devastação ocorrida pelas enchentes de vários rios deixou várias casas debaixo d'água na região. Em algumas casas de União dos Palmares, as marcas de água chegavam até perto do telhado, onde muitos moradores se refugiaram por causa da cheia do Rio Mundaú.
Até agora, o número oficial de desaparecidos é de 607 pessoas, mas as autoridades reconhecem que o número é elevado porque as equipes de socorro ainda não chegaram às áreas rurais isoladas.
As precipitações começaram na sexta-feira. Três dias depois da tragédia, os moradores de União dos Palmares seguem sem energia elétrica e água e com as mesmas roupas que usavam no sábado, as únicas que puderam salvar.
Os moradores dizem que não esperam nada do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitará a área amanhã e já anunciou o envio de um fundo de ajuda de R$ 100 milhões. A magnitude do desastre ainda não pôde ser quantificada.
