O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, decidiu nesta segunda-feira destituir o Secretário Nacional de Justiça, delegado Romeu Tuma Júnior, por suposto envolvimento com o chefe da máfia chinesa em São Paulo, Paulo Li.
Segundo fontes do Governo, a exoneração foi comunicada ao ex-secretário pelo próprio ministro da Justiça, que discutiu o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no domingo.
Devido às denúncias que o envolvem com empresários chineses acusados de integrar máfias de contrabando, Tuma Júnior tinha saído em férias em 13 de maio e retornou nesta segunda-feira a Brasília para retomar suas funções, mas foi convocado por Barreto para uma reunião na qual informou sobre a decisão.
As suspeitas sobre Tuma Júnior começaram em setembro, quando a Polícia Federal deteve o empresário chinês Li Kwok Kwen e outras 15 pessoas acusadas de fazer parte de uma quadrilha na cidade de São Paulo com atuação no contrabando de produtos eletrônicos.
Mediante escutas telefônicas, cujo conteúdo foi obtido pela imprensa local, as autoridades gravaram conversas entre Li Kwok Kwen e Tuma Júnior, nas quais o agora ex-funcionário encomendava celulares e outros produtos do empresário chinês.
Tuma Júnior admitiu que conhecia Li Kwok Kwen, que trabalhou em seu gabinete entre 2003 e 2008, quando foi deputado em São Paulo, e inclusive foi seu professor de kung fu.
O ministro disse, em nota à imprensa, que Tuma Jr. poderá melhor promover sua defesa estando fora do cargo que atualmente ocupa.
O Ministério destacou, entretanto, "os relevantes trabalhos prestados" pelo ex-secretário enquanto esteve à frente da Secretaria Nacional de Justiça.
O funcionário destituído é delegado da Polícia Civil, igual a seu pai, Romeu Tuma, que é senador do PTB, que faz parte da base governista.