22 junho 2010

No Dia Mundial do Fusca, G1 anda em modelo alemão de 1965

Nesta terça-feira (22) é comemorado o Dia Mundial do Fusca. Foi em 22 de junho de 1934 que o engenheiro Ferdinand Porsche e a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã assinaram o contrato para o desenvolvimento do projeto de fabricação do "Volkswagen", apelidado no Brasil de Fusca, que viria a ser o carro mais vendido da história. Em homenagem à data, o G1 mostra a trajetória de um modelo de 1965, que saiu das linhas de montagem na Alemanha com o passaporte carimbado para as colônias inglesas na África e desembarcou no Brasil por acaso.
O proprietário do fusquinha na época, um cônsul americano, mudou-se às pressas do continente africano para o país e trouxe na bagagem o modelo azul pavão com motor de 1.300 cilindradas. Aqui, resolveu se desfazer do carro que foi à leilão no mesmo ano, em 1967, e adquirido por 7.555 cruzeiros por um adolescente de 17 anos. Hoje, 43 anos depois, o agora médico urologista João Reinaldo de Oliveira Abrahão se orgulha do carro que chegou a ser vendido e, oito anos depois, voltou para suas mãos.
“Estava há cerca de seis meses com o carro e eu e meu pai fomos procurados pela família de um rapaz que tinha uma deficiência no braço direito e por isso era autorizado pelo Detran a dirigir apenas carros automáticos, que eram restritos na época, ou com o volante do lado direito para trocar as marchas”, conta Abrahão. “Meu pai então me pediu que vendesse o carro, porque ele precisava mais do que eu, e concordei, apesar do apego com o fusquinha.”
Antes de entregar as chaves, no entanto, Abrahão fez uma exigência. “Pedi que ele não vendesse o carro para mais ninguém. Que quando não precisasse mais, que me procurasse.” E a palavra, que na época valia mais do que qualquer contrato, foi cumprida. “Oito anos depois ele me procurou e me vendeu o Fusca pelo preço de um modelo nacional de 1965, que na época era muito pouco”.
Abrahão, então, que já era médico e casado, resolveu cuidar do seu primeiro ‘filho’. “Como peguei o carro adolescente, na época troquei as rodas e o volante por acessórios mais esportivos e depois voltei a usar as peças originais”, conta. “Tive que fazer também a pintura e o motor que não resistiram ao tempo e desgaste”. Mas só. O modelo é muito bem conservado e manteve todas as características que fazem dele uma relíquia.