O Plano Safra 2010/2011 da Agricultura Familiar atendeu a uma antiga reivindicação dos agricultores gaúchos ao garantir uma modalidade específica de seguro para investimentos nas propriedades. Lançado ontem pelo governo federal, em Brasília, o pacote de benefícios para os pequenos produtores foi detalhado 10 dias após o também evento oficial dedicado ao plano safra da agricultura empresarial.
Antes restrito à proteção das lavouras, o Seguro Clima agora também irá cobrir os financiamentos para aquisição de máquinas, tratores, matrizes e benfeitorias.
Os recursos estão incluídos nos R$ 4,8 bilhões do Seguro da Agricultura Familiar (SAF) e serão liberados a partir de 1º de julho, conforme a demanda, com um acréscimo de 2% nas prestações. Segundo o secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniram Peraci, a medida beneficia principalmente gaúchos e catarinenses, que nos últimos anos têm amargado prejuízos por conta da seca e da chuva:
– Quando tiver seca exagerada e (o agricultor) perder tudo, é anistiada a parcela de custeio e a parcela de investimento daquele corrente ano.
Elton Weber, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado, que recebeu bem a novidade, alerta, porém, para a necessidade de estender o benefício para quem já está endividado. Em relação aos recursos anunciados, o coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar na Região Sul (Fetraf-Sul), Altemir Tortelli, ressalta que ainda falta resolver a questão da dificuldade para ter acesso ao dinheiro.
No total, o pacote destina R$ 16 bilhões para os pequenos produtores. O Rio Grande do Sul será o Estado mais beneficiado, com R$ 3,3 bilhões disponíveis – alta de 10% ante o ano passado. Entre as medidas estão redução de juros, ampliação dos limites de financiamento e maior garantia de preços.