Agora é o suco que promete estremecer as relações entre Brasil e Argentina. Em defesa de um mercado que cresce a uma média de 15% a 20% por ano, representantes do setor vitivínicola desembarcam hoje em Brasília para uma rodada de negociações.
Na bagagem, os dirigentes levam um documento no qual pontuam a contrariedade na liberação de importação de suco de uva concentrado a granel do país vizinho. A comitiva – que representa 20 mil famílias de viticultores e de mais de 700 vinícolas familiares – deverá ter audiência com os ministros da Agricultura, Wagner Rossi, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.
O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Viticultura, Vinhos e Derivados, Arnaldo Passarin, esclarece que o pedido aos ministros é uma ação preventiva, ante as reiteradas investidas do governo argentino ao governo brasileiro, no sentido de se permitir a importação de mosto concentrado a granel.
– Isto desestruturaria a cadeia da uva e do vinho – alerta o dirigente.
Dados do Instituto Brasileiro do Vinho mostram que, no ano passado, 45% da safra de uvas comuns colhidas no Estado tiveram como destino a produção de suco que atingiu 25,5 milhões de litros em 2009. Na safra de 2010, o percentual supera os 60%.