A polícia deve ouvir nas próximas horas a vereadora Mabília Rhoden (PP), de Humaitá, suspeita de ter participação na farra das diárias. Ela foi flagrada por uma equipe da RBS TV emitindo um certificado para uma pessoa que não frequentaria um curso de aperfeiçoamento em Iraí, de 21 a 24 de julho.
Mais duas pessoas — ligadas à empresa Sistema Brasileiro de Administração Pública (Sibram) — devem ser ouvidas na investigação. A identidade dos suspeitos não foi informada. Ivo Roehrs, proprietário do Sibram, também será convidado a prestar esclarecimentos.
Pela manhã, a segunda etapa da Operação Legislatur cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em cinco cidades gaúchas, além de Foz do Iguaçu, no Paraná. A investigação da Polícia Civil que visa comprovar o uso irregular de viagens e dinheiro público por parte de vereadores gaúchos foi deflagrada em Estância Velha, no Vale do Sinos, Humaitá, Doutor Maurício Cardoso e Santo Augusto, no Noroeste, e em Porto Alegre.
Segundo o delegado Rodrigo Bozzetto, a operação teve grande êxito. Foram apreendidos documentos, que serão analisados pela Polícia Civil e, se necessário, por auditores do Tribunal de Contas do Estado.
— Apreendemos documentos na sede da empresa Lunar, em Humaitá, e também na Câmara de Vereadores. Além disso, foram aprendidos documentos em duas residências de Doutor Maurício Cardoso, uma delas sede da empresa Sibram — disse Bozzetto.
— Espero apenas provar para a comunidade que a Câmara não entrou no contexto geral desse escândalo que foi notificado por todos os meios de comunicação. Eu sempre cumpri a lei e exigo de meus vereadores que a cumpram, que façam tudo como deve ser feito — declarou o presidente da Câmara de Estância Velha, Tomé Dagoberto Foscarini (PT).
Atualizando: A vereadora Mabília Rhoden (PP), de Humaitá, suspeita de ter participação na farra das diárias, compareceu nesta tarde à delegacia para prestar depoimento no município. Segundo o delegado Rodrigo Bozzetto, ela foi ouvida há pouco, mas não quis se manifestar.
— Ela tem esse direito e optou por permanecer em silêncio — disse Bozzetto.