Nos anos 70, era a soja que fazia os moradores de Tenente Portela deixarem a cidade do noroeste do Estado atrás de terras inexploradas. Nas décadas seguintes, por diferentes objetivos, a população seguiu migrando. Mas o êxodo não é motivo de lamentações para os portelenses. A cada dois anos, aqueles que saíram do município e os que ficaram se reúnem em algum lugar do país para matar as saudades.
Neste final de semana, o Portelaço, como é chamado o encontro, será realizado em casa mesmo. São esperados portelenses que se espraiaram pela Grande Porto Alegre, por Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal. As caravanas começaram a chegar ontem para a quinta edição do encontro, organizado por moradores com o apoio da prefeitura.
Em cinco décadas, o município perdeu mais de 20 mil habitantes em razão do êxodo e das emancipações, e hoje tem aproximadamente 14,25 mil moradores. Como as famílias nas décadas de 1970 e 1980 eram grandes e as propriedades rurais pequenas, os moradores começaram a ir para Estados que incentivavam a colonização. Além da agricultura, a indústria calçadista do Vale do Sinos atraiu os habitantes.
– Houve um levante grande para desbravar o Paraná, o Centro-Oeste e o Norte. Em qualquer lugar que você vá no Brasil, acho que encontra um portelense – brinca um dos membros da comissão, Anderson Setti.