O presidente do Equador, Rafael Correa, está cercado por policiais rebeldes em um hospital de Quito, para onde foi levado após ser agredido em um quartel por agentes que protestavam contra a lei que reduziu seus salários.
Os manifestantes, policiais e militares, gritavam palavras de ordem contra o governo diante do Hospital da Polícia, no norte de Quito, enquanto alguns rebelados tentavam entrar no quarto de Correa.
Segundo o vice-presidente do Equador, Lenín Moreno, Correa é vítima de uma "tentativa de sequestro" por parte dos militares e policiais rebelados. "Um grupo de delinquentes tenta sequestrar o presidente da República".
Já o presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou em Caracas que Correa é refém dos policiais. Chávez destacou que tentou falar com Correa em quatro ocasiões e foi informado por ele que estava "sequestrado" no hospital da polícia, acompanhado por um reduzido grupo de colaboradores, e que temia por sua vida. ´Porém, o comandante da polícia do Equador, general Freddy Martínez, negou que Correa tenha sido sequestrado por membros dessa instituição. Ele afirma que a segurança do chefe de Estado "está garantida" nessa clínica, onde recebe atenção médica.
"Temos que protegê-lo. O presidente está no hospital, está sendo atendido pelos médicos do hospital, sei que seu estado é normal", afirmou o oficial, que na manhã tentou abafar o protesto, mas não foi escutado por seus subordinados.
A agência oficial de notícias Andes informou que Correa está reunido com representantes dos policiais rebelados para discutir a lei que reduz seus salários. Os policiais, acompanhados de um advogado, realizam a reunião no quarto do hospital da Polícia de Quito onde Correa é atendido após ser agredido por manifestantes.
Nos arredores do hospital há grande confusão, com bombas de gás lacrimogêneo explodindo e policiais circulando em carros e motocicletas, enquanto alguns funcionários tentam montar uma operação para retirar o presidente do local e levá-lo ao Palácio de Carondelet, sede do Executivo.