02 outubro 2010

Eleitora de 87 anos diz não entender a indiferença de quem opta por não votar

Ela tem 87 anos, mas faz questão de comparecer à seção eleitoral no Colégio Anchieta, em Porto Alegre, para votar em ano de eleição. Ilka Thereza Putz Sopp não leva em consideração a lei que permite a maiores de 70 anos a opção de não votar, e diz que só  deixará de participar no dia em que não conseguir mais caminhar. Neste domingo, ela exercerá a sua cidadania mais uma vez e ajudar a definir novos deputados federais e estaduais, senadores, governadores e presidente.
— Vou votar até andar de cadeira de rodas. Eu nunca falhei. Não entendo a indiferença de algumas pessoas, como não  vale a pena votar? — questionou a dona de casa.
Dona Ilka acompanhou muitas mudanças políticas no país e no Estado durante esses anos. Sua primeira votação foi na  eleição de 1945, a primeira considerada direta e com a participação de eleitoras mulheres. Viveu a ditadura e a  democracia. Hoje, ela não se mostra muito otimista com mudanças, mas mantém as esperanças de que as coisas  melhorem para os brasileiros.
— Decepções a gente sempre tem. Mas meus candidatos sempre vão bem, isso é bom. Eu acompanho e sempre  procuro me informar bastante. Acho muito importante participar, votar bem contribui para o futuro da nação — comentou.
A eleitora não fica satisfeita quando comentam perto dela, principalmente aqueles que são conhecidos, que não  fazem questão de votar.
— Todo mundo deveria se conscientizar. Tem gente que tira o dia para viajar, eu nunca faria isso. É o senso de  cidadania, é necessária essa compreensão — destacou.
Como reside perto do Parcão, Dona Ilka aproveita para fazer caminhadas e cuidar da saúde quase todos os dias pela  manhã. Ela faz parte de um grupo de senhoras que costuma discutir sobre política, e como mais uma eleição está  chegando, o debate se intensificou. Entre elas, cerca de 15, Ilka diz que a maioria se interessa e acha importante votar.
Neste domingo, ela irá acompanhada de seus dois filhos até o Colégio Anchieta para votar. Mesmo que já faça alguns  anos que Dona Ilka se mudou para o bairro Moinhos de Vento, continua votando na antiga seção, para seguir  encontrando pessoas conhecidas e amigos que acabou fazendo nesses anos todos.
Depois de "contribuir com a cidadania", como ela faz questão de ressaltar, o restante do domingo será para aproveitar a  família com um almoço e uma boa conversa. Além dos dois filhos, ela tem três netas e um bisneto.