30 novembro 2010

Comitê Olímpico Internacional vai analisar denúncias de propina de dirigentes da Fifa

Teixera é acusado de receber propina
O Comitê Olímpico Internacional anunciou, nesta terça-feira, que vai analisar as denúncias de propinas envolvendo a Fifa, divulgadas pela BBC de Londres. O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, é um dos três acusados de receber dinheiro da empresa suíça ISL, falida em 2001. 
De acordo com a BBC, o COI levará em conta as denúncias em seu comitê de ética. O canal britânico noticiou que Teixeira, o presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF), Issa Hayatou, e o presidente da Conmebol, o paraguaio Nicolás Leoz, foram vinculados a uma lista secreta de pagamentos após a falência de uma empresa de marketing filiada à Fifa, a ISMM/ISL. Em 2001, a ISL faliu em meio a uma polêmica que envolvia subornos pagos por contratos de televisão. 
As denúncias surgiram a poucos dias da escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022. Os três acusados fazem parte do grupo de 22 dirigentes da Fifa responsáveis por tomar essa decisão nesta quinta-feira. Inglaterra, Rússia e as candidaturas conjuntas Espanha-Portugal e Holanda-Bélgica disputam a organização da Copa de 2018, enquanto Austrália, Estados Unidos, Japão e Catar desejam organizar o Mundial de 2022. 
Segundo o GloboEsporte.com, a FIFA baniu dois membros do comitê executivo (o taitiano Reynald Temari e o nigeriano Amos Adamu) no mês sabado, porque eles teriam recebido suborno para favorecer candidaturas na disputa pelas Copas do Mundo. Outro processo relacionado foi encerrado neste ano, quando dirigentes da FIFA, de identidade não revelada, concordaram em devolver dinheiro que tinham recebido da empresa suíça em troca de não terem seus nomes divulgados. 
Na segunda-feira, o diretor de comunicação da CBF, Rodrigo Paiva, demonstrou contrariedade ao ser questionado sobre o assunto: 
— Não tem nada de novo e não tem fundamento algum. Há 11 anos existe isso e é uma investigação. Estou há nove anos na CBF e não vou dar mais versão oficial sobre isso pois todo ano é a mesma coisa. Se a Inglaterra não ganhar 2018 ou 2022... eles vão virar os canhões para o Brasil. A Inglaterra é o único país que tem condições de organizar uma Copa em dois meses — disse Paiva ao GloboEsporte.com.