Ministro da Educação |
A gráfica onde foram impressas as cinco milhões de provas e cartões de respostas do Enem deste ano é uma multinacional com sede nos Estados Unidos, que tem 125 filiais no mundo.
Ela foi a terceira colocada na concorrência aberta pelo Ministério da Educação. A gráfica que ficou em primeiro lugar foi a Plural, de onde foram roubados exemplares das provas no ano passado. Segundo o MEC, acabou desclassificada por falta de segurança.
A segunda colocada ficou de fora por não atender aos critérios técnicos do edital, segundo o ministério.
A equipe de reportagem bateu à porta da vencedora, esperou, mas ninguém a recebeu ou deu qualquer informação.
De acordo com o edital do Enem, por se tratar de impressão sigilosa, o processo funciona assim: o modelo das provas é feito pelo Inep - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas. A matriz para a impressão é codificada e entregue para a gráfica pessoalmente por funcionários do instituto. Depois, outra equipe do Inep entrega a senha para a gráfica abrir os arquivos.
Funcionários do instituto têm que acompanhar e aprovar o processo de impressão. Ao final do trabalho, os arquivos são apagados dos equipamentos da gráfica.
O Ministério da Educação informou nesta terça que um funcionário do Inep acompanhou todo o processo de impressão na gráfica, mas que, na checagem, ele não percebeu que os cabeçalhos dos cartões de resposta estavam trocados, invertidos. Segundo o ministério, a matriz entregue para impressão já veio com erro do Inep.
Sobre os problemas com os cadernos amarelos, o ministério informou que a checagem é feita por amostragem e que ela foi feita e que o fiscal não notou nenhum problema porque a quantidade de provas com erro foi muito pequena, 0,003% do total.
Na única nota divulgada na segunda, a gráfica reconhece o erro de montagem nos cadernos amarelos e diz que o contrato impõe um sigilo de conteúdo que impede que sejam feitas revisões coma leitura do material impresso.
No caso da troca dos cabeçalhos, o problema confundiu muitos estudantes. Mesmo assim, o ministro da Educação, Fernando Haddad, nega falha na fiscalização.
“Não haveria número de funcionários suficientes para fazer uma conferência de cinco milhões de cadernos ou dez milhões nos dois dias. Então o que se faz é a conferência da matriz. E o controle de qualidade é da gráfica”.