18 novembro 2010

Mobilização na Câmara pode dobrar salários dos parlamentares

Meta é equiparar os salários dos 
parlamentares aos recebidos pelos
 ministros do STF
Como uma onda, a defesa de reajuste para os salários dos próprios deputados federais e senadores tomou conta do Congresso. Há diferentes pontos de vista entre os parlamentares. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), defende uma fórmula que praticamente dobraria os salários, hoje em R$ 16,5 mil: equiparar os vencimentos aos salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – hoje em R$ 26,7 mil e com expectativa de elevação para R$ 30,6 mil.
O que parece certo é que o aumento vai ser votado até o fim do ano. O vice-presidente da Câmara, Marco Maia (PT), propôs ontem a criação de um grupo de trabalho para analisar as propostas.
— O tema dos salários está na pauta. Há intenção dos líderes de pautar o tema até o final do ano, mas não há ação mais concreta — assinalou Maia.
Ele disse que a proposta é fazer o reajuste salarial dentro do orçamento da Casa. Para isso, uma das sugestões é reduzir o valor da verba de gabinete, atualmente de R$ 60 mil, que cada deputado tem para pagar funcionários contratados sem concurso público (ver quadro abaixo).
Para evitar críticas e desgaste político, outra alternativa em estudo pelos deputados é o corte de parte dos benefícios, como as verbas usadas com passagens aéreas e com telefone. A equiparação dos salários dos parlamentares com o salário atual dos ministros do STF significaria um aumento de 61,83%.
Salário de presidente também pode aumentar
Junto com o salário dos parlamentares, a ideia é também elevar o salário dos ministros e do presidente da República, atualmente de R$ 11.420,21 brutos – o menor entre os chefes dos três poderes. No Senado, o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI), também defendeu a votação e um projeto de reajuste salarial.
— Não se pode dar um aumento estratosférico, mas não pode viver sem reajuste — disse.
Sem citar números, o diretor da Casa, Haroldo Tajra, disse que há espaço no orçamento para aprovar o reajuste.