30 novembro 2010

Polícia investiga denúncia de compra de bilhete premiado da Mega-Sena em Fontoura Xavier

Polícia investiga denúncia de compra de 
bilhete premiado da Mega-Sena em 
Fontoura Xavier 
A Polícia Civil investiga uma denúncia de que o vencedor do prêmio de R$ 119 milhões da Mega-Sena, pago em outubro deste ano, teria comprado o bilhete de um bolão de um funcionário da prefeitura de Fontoura Xavier, onde foi feita a aposta. As investigações estão a cargo do delegado Heliomar Franco, do Departamento de Investigações Criminais (Deic). O vencedor, de São José do Herval, é proprietário de um frigorífico.
Segundo um policial da delegacia, o caso está em segredo de Justiça. O processo policial seria por estelionato e apropriação indébita e mais de dez pessoas já teriam sido ouvidas. O vencedor da Mega-Sena, segundo informações de moradores da cidade, estaria em Porto Alegre, acompanhado de um advogado. Ele falará com o delegado e afirmou pensar em processar as pessoas que espalharam o boato.
O caso começou logo após o vencedor retirar o prêmio, em uma cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre. Um grupo de pessoas, que alega fazer parte do bolão de apostadores de Fontoura Xavier, registrou uma ocorrência na polícia local. Segundo o grupo, foram feitas dez apostas no bolão da prefeitura. Um funcionário é acusado de ter vendido o bilhete premiado ao vencedor e substituído o vendido por uma aposta anterior. O suspeito estaria em depressão, sem falar com ninguém.
No entanto, segundo foi apurado, a história do vencedor é outra. Como em São José do Herval não existe agência lotérica, ele mandou um empregado seu - ele é proprietário de um frigorífico -, fazer a aposta em Fontoura Xavier, a cidade mais próxima. O funcionário foi até a agência e inclusive teria pago a aposta com um cheque, que em um primeiro momento não teria sido aceito pelo dono do estabelecimento. Depois ele acabou cedendo. O ganhador teria jogado os números com os quais há muito tempo vem tentando a sorte.
Prefeito
O prefeito de Fontoura Xavier, José Flávio Godoy da Rosa, disse que nos próximos dias será aberta uma sindicância para apurar o que ocorreu. Segundo Rosa, 11 funcionários do setor de obras da prefeitura fizeram um bolão no dia 6 de outubro. O dinheiro arrecadado teria ficado com um funcionário do almoxarifado, que foi à lotérica fazer as apostas. “Na noite do sorteio, muitos deles ligaram para o responsável pelas apostas”, contou o prefeito. “Na manhã seguinte, ele levou os comprovantes e faltavam algumas apostas”.
Segundo Rosa, o responsável pelas apostas teria feito algumas pela manhã e outras à tarde. No entanto, ele só apresentou os comprovantes das que foram feitas pela manhã, o que irritou os 11 funcionários, que teriam procurado a polícia antes mesmo de aparecer o nome do vencedor.  “Eles consideram que o prêmio é do bolão”, disse o prefeito, sem, no entanto, dizer como os apostadores sabem que foram os vencedores. “Desde outubro, o caso está na Justiça, com dois advogados de Novo Hamburgo.”
O funcionário do almoxarifado esteve de atestado de saúde por duas vezes. Segundo Rosa, ele retornou ao trabalho na última segunda-feira. “Mas o clima está difícil”, ponderou. “O pessoal está muito nervoso.”