O produto está em faltano centro do país |
Com os cortes nobres ganhando mais espaço nos carrinhos de compras do gaúcho e a falta do produto no centro do país, ficou difícil suprir a demanda por carne bovina. O resultado desse movimento se reflete no churrasco, cujo preço médio ficou 10% mais salgado nos últimos 15 dias.
Para quem aprecia picanha e filé mignon, a diferença no bolso pode ficar ainda maior, afirma o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo. Nesses dois cortes, o aumento fica em torno de 40% nos últimos 40 dias. A picanha chega a R$ 40 o quilo.
— É tudo uma questão da lei da oferta e da procura — diz Longo, acrescentando que o varejo já observa queda de 15% nas vendas da carne de gado devido a essa alta de preços.
Sem conseguir atender ao consumo, o Estado recorre à produção do centro do país. O problema é que a seca e as queimadas registradas naquela região acabaram determinando diminuição na oferta. O efeito foi o aumento do preço da carne bovina.
— A alta é mais um reflexo da redução da oferta do que do aumento no consumo — avalia Ronei Lauxen, presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs).
Conforme Lauxen, o fato de o Estado ter saído “do período de safras” também contribuiu para que nos últimos 15 dias se observasse um aumento médio de 10% nas carnes bovinas, concentrado nos cortes de primeira.
No centro do país, contudo, já há um início de movimento de baixa. O preço do boi gordo em São Paulo estava ontem em R$ 109 a arroba (15 quilos), depois de chegar a R$ 115 no dia 12.
— A expectativa é de que o preço pare de subir. Mas isso vai depender do comportamento do consumo — diz Gabriela Tonini, da Scot Consultoria.