27 dezembro 2010

Após 26 anos de separação, irmãs gêmeas se reencontram na noite de Natal

Irmãs se reencontraram no Jornal do Almoço
Pouco depois da meia noite do dia de Natal, a costureira Ingrid Schmidt, 26 anos, foi surpreendida por uma visita inesperada da Brigada Militar de Boa Vista do Buricá. Ela voltava de uma festa e recebeu o presente que mais esperava: a notícia de que haviam encontrado sua irmã gêmea, da qual foi separada na maternidade.
Ingrid pediu ajuda para conhecer a irmã em uma reportagem veiculada no Jornal do Almoço, da RBS TV, na sexta-feira. Quem uniu as duas foi o conselheiro tutelar da 1ª Região da Capital, Marcelo Bernardi, que foi procurado por Lizandra Amaral Dias, a irmã que estava desaparecida. A partir de então, Bernardi começou a buscar contatos que pudessem ser úteis na tentativa de localizar a outra mulher.
— Nós, do Conselho Tutelar, já temos alguma facilidade nesse tipo de tarefa, apesar de nesse caso não se tratar de uma criança, a gente trabalha com pessoas desaparecidas. E nesse caso, depois de contatos com a Brigada Militar, eu liguei para o Hospital de Boa Vista do Buricá para saber se havia registro de consultas da Ingrid — relatou.
A sorte foi fundamental para localizar a costureira na noite de Natal. Segundo o conselheiro tutelar, um funcionário do hospital conhecia Ingrid e informou o contato para a Brigada Militar, que foi até a casa dela.
Por telefone, Marcelo contou a Ingrid que havia conseguido o contato de Lizandra, a irmã desaparecida, que hoje vive em Porto Alegre.
À 1h da manhã do dia 25, as duas já trocavam mensagens pela internet, assustadas com a semelhança física.
— Eu quase não consigo falar e escrever, estou bem trêmula. Pelo que a gente está vendo, somos idênticas! — emocionou-se Ingrid.
— Estamos separadas desde o nascimento. Uma família me adotou e ela ficou mais três meses no hospital até ser adotada por outra família. É difícil de acreditar — completou Lizandra.
Para o conselheiro tutelar, o reencontro foi um "grande presente de Natal", tanto para as irmãs como para as demais pessoas envolvidas na busca:
— Nós não tínhamos porque esperar o amanhecer. Imagine que essas pessoas estavam separadas há 26 anos. A ideia era para que o contato ocorresse durante a noite mesmo — concluiu.
Nesta manhã, o Jornal do Almoço proporcionou o esperado reencontro das irmãs. Uma surpresa para Lizandra, que não sabia que a irmã viria de Boa Vista do Buricá para vê-la.