Falta de ações do Governo preocupam os Secretários de Saúde do RS |
A falta de providências por parte do Governo do Estado na realização de ações preventivas à iminente epidemia de dengue está preocupando os secretários municipais da saúde. Na última reunião do Conselho Deliberativo da Associação dos Secretários e Dirigentes Municipais de Saúde (Assedisa/RS), realizada em dezembro, na capital, o tema foi muito discutido.
Os secretários municipais da saúde de Santa Rosa e Ijuí, entre outros, demonstram preocupação a doença. Em Santa Rosa, no ano de 2010, foram notificados 248 casos e confirmados 168, “Tivemos de fazer uma grande mobilização no nível técnico para protocolo de assistência e o atendimento. Treinamos todos os profissionais da rede básica de saúde, e também dos hospitais. Conseguimos reduzir bastante os índices de infestação, porém não conseguimos ficar no ideal que é abaixo de 1%”, informa a presidente da Fundação Municipal da Saúde (FUMSSAR), Kar
ina Kucharski.
O quadro foi ainda mais preocupante em Ijuí. Em 2010 foram confirmados 3.400 casos, causando um imenso transtorno nas contas públicas. O problema teve de ser solucionado às pressas e a Prefeitura gastou R$ 1 milhão no combate à epidemia, um investimento não previsto na programação do orçamento. Foram contratados mais 20 agentes de combate ao mosquito, que estão atuando nos bairros onde a incidência da doença é maior. Em parceria com a secretaria de obras foram recolhidas mais de 500 toneladas de lixo no pátio das casas.
Outra preocupação dos secretários municipais são os balneários e a
movimentação de pessoas nos pólos turísticos durante o verão, onde é mais comum a proliferação da dengue. Os mosquitos entram nos carros e acabam sendo transportados para outros municípios do Estado, irradiando a doença em várias regiões. A meta dos secretários municipais da saúde é, em primeiro lugar, deter uma epidemia de grande porte da dengue em todo o Rio Grande do Sul. Já existe uma população considerável de mosquitos contaminados e a proliferação é muito alta, já que todos os dias aparecem novos casos suspeitos na população gaúcha. O Aedes aegypti é resistente e permanece, no mínimo, por três anos em um mesmo local. Os ovos costumam ser depositados em solo seco
e eclodem nas épocas mais úmidas do ano, em especial com as chuvas, estando totalmente adaptado ao nosso clima. É importante que a comunidade colabore com a limpeza e demais cuidados.