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| Iraniana libertada e seu filho Sajjad, no pátio de sua casa em Osku, noroeste do Irã |
A iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, 43 anos, condenada a morrer apedrejada, foi libertada, assim como seu filho e seu advogado, informou nesta quinta-feira o comitê contra a lapidação, com sede na Alemanha.
— Recebemos do Irã a informação de que estão livres — disse Mina Ahadi, porta-voz do comitê contra a lapidação.
— Esperamos ainda a confirmação. Aparentemente, esta noite há um programa que deve ser exibido na televisão e aí saberemos 100%. Mas, sim, ouvimos que está livre e também seu filho e seu advogado — completou.
Mohammadi-Ashtiani foi condenada à morte por dois tribunais diferentes em 2006 pelo envolvimento no assassinato do marido. Em 2007, sua pena pelo assassinato foi reduzida, em apelação, a 10 anos de prisão. Contudo, a sentença a morrer apedrejada por adultério foi confirmada no mesmo ano por outra corte de apelação.
A revelação do caso, em julho passado, por associações de direitos humanos, causou uma forte mobilização no Ocidente, onde muitos países e personalidades pediram que a sentença não fosse aplicada.
A posição do Brasil no caso
Tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto a presidente eleita Dilma Rousseff se manifestaram sobre o caso. Em julho deste ano, Lula afirmou que não pretendia interceder junto ao governo do Irã, sob a justificava de que "é preciso ter cuidado, porque as pessoas têm leis, as pessoas têm regras".
Contudo, no mesmo mês, em outro pronunciamento, o presidente apelou ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pela vida de Sakineh. Apesar de ressalvar que é necessário respeitar a soberania e as leis do país, afirmou "nada justifica um Estado tirar a vida de alguém".
Depois de ser eleita, Dilma mostrou-se "radicalmente" contra o apedrejamento da iraniana. Ela classificou o episódio como "uma coisa muito bárbara".
— Eu não tenho nenhum status oficial para fazer isso, mas acho uma coisa muito bárbara o apedrejamento.
